quarta-feira, julho 17, 2013

LEITE-CREME




O meu filho adora leite-creme, ao estar a relembrar receitas ele alertou-me que há muito eu não fazia tal iguaria. Não foi tarde, nem foi cedo, saiu logo no mesmo dia para sobremesa do jantar. Vamos ver como faço.



Ingredientes:
-6 gemas
-0,5 l de leite
-200 g de açúcar
-1 colher de (sobremesa cheia) de farinha Maizena
-1 vagem de baunilha aberta ao meio

Numa tigela misturo a farinha com o açúcar e as gemas. Bato tudo muito bem. Junto o leite com a vagem de baunilha. Levo ao lume sempre a mexer até engrossar. Quando começa a espessar já está. Não necessita de estar em fervura. Depois retiro a vagem de baunilha, e deito nas tigelas, deixo arrefecer e polvilho com açúcar mascavado e queimo com maçarico, (agora). Pois, eu sou do tempo do ferro. E tinha um ferro que me foi oferecido quando eu tinha 17 anos, que se ligava à corrente, tinha um cabo vermelho, mas, já não mora na minha casa, pois as coisas também se gastam com o tempo. :) Agora é de maçarico, muito mais higiénico, ah, e este leite-creme nem foi polvilhado com açúcar mascavado e sim com açúcar moreno (que é o nosso mascavado) que mora cá em casa, pois quando fomos a Santiago de Compostela comprei lá para o filho fazer as Kiwiwinhas (caipirinha, mas, com kiwi), que se diga de passagem estavam brutais.


P.S. Eu coloquei o meu leite-creme nestas canecas de vinho. Pois neste momento circula com abundância na net a loiça de Alcobaça, ao qual fico muito feliz, pois dar-mos valor ao que é nosso, é muito gratificante, sem querer entrar em politiquice, todos sabemos o quanto precisamos de dar valor a tudo o que se faz, fabrica, produz, etc, cá neste País lindo, que neste momento está um pouco (sou muito otimista) doente, mas, que acredito que saia, desta agonia. Mas, continuando com a loiça, estas canecas (6) com um jarro igual, foi-me oferecido pelo meu saudoso pai para o meu enxoval, tinha eu 15 anos. Comprou numa das muitas viagens que fazia a Oliveira de Azeméis, ou a São João da Madeira. Pois naquela altura, usava-se muito os jarros com as canecas para beber o vinho Morangueiro, que o meu pai trazia. Tinha as mesmas religiosamente guardadas, na arrecadação, embrulhadas em papel com o jarro. Lembrei-me no dia que resolvi fazer o leite-creme, ao desembrulhar e ver as canecas/jarro, escusado será dizer que nesse dia o meu pensamento esteve em alta no meu saudoso pai, e relembrar-me que era um homem com um bom gosto, que até doía.

______O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página.________

Santo Agostinho