sexta-feira, setembro 06, 2013

FILETES DE PEIXE ESPADA PRETO COM BROA NO FORNO


O meu filho adora peixe espada preto grelhado, e em filetes. Faço muito, mas quando é em filetes peço sempre para a peixeira arranjar os mesmos. Mas, neste caso não foi, tinha peixe espada para grelhar pra o jantar, mas, o filho manda uma mensagem a dizer: mãe, não vou jantar :(. Ok, até aqui tudo bem, mas as duas postas do filho, não ia congelar, resolvi eu própria fazer os filetes, e assim fiz e até deu para verificar que não é tão complicado, as espinhas que ficaram resolvi com uma pinça eliminar todinhas... Temperei com sal marinho, alho picado, louro e reguei com limão. Tapei com película aderente e foi descansar para o frigorifico. No dia seguinte retirei os filetes do tempero, coloquei os mesmos, em papel de cozinha e sequei os mesmos. Na picadora coloquei broa, 1 dente de alho, coentros, pimento vermelho, piquei até fazer uma pasta. Num tabuleiro untado com azeite, coloquei os filetes,(por cima uns dos outros, pra parecer uma posta) e cobri com a pasta da broa que tinha feito. Coloquei batatas pequenas cozidas previamente com sal e casca, que depois de cozidas lhes dei um murro (delicadamente, e com o devido pedido de desculpas), coloquei umas tirinhas de pimento vermelho, e reguei com azeite (2 colheres de sopa), levei ao forno pré-aquecido a 200ºC, até o pimento assar (é o tempo do peixe assar).

P.S. Ao estar a escrever o texto da receita relembrei uma história que a minha saudosa mãe contava muito do Bocage, ela sabia muitas histórias do mesmo, e nós (filhos) gostavamos muito de ouvir.

"O macaco e a viola"

Passou um macaco em frente de uma escola de meninas - mal estas o viram puseram-se a gritar:
olhem o macaco com o rabo muito comprido.
O macaco foi a um barbeiro e pediu que lhe cortasse o rabo. O barbeiro cortou. Voltou o macaco a passar defronte da escola e as meninas desataram a rir dizendo: Olhem o macaco de rabo curto!
Tornou o macaco a casa do barbeiro e pediu-lhe o rabo.
- Já o enterrei - respondeu o barbeiro.
- Pois levo uma navalha - disse o macaco.
Pegou na navalha e saiu, encontrando uma mulher a escamar o peixe à mão. Deu-lhe a navalha. Momentos depois voltou a pedir a navalha.
- Perdi-a - respondeu a mulher.
- Pois então levo uma sardinha. E o macaco foi com a sardinha até encontrar a mulher de um moleiro a comer pão sem conduto. Deu-lhe a sardinha. Momentos depois voltou a pedir-lhe a sardinha.
- Já a comi - respondeu a moleira.
- Levo um saco de farinha. E levou o saco de farinha. Chegou a uma escola e deu o saco à mestra. Momentos depois voltou a pedir o saco de farinha.
- As meninas já comeram a farinha em pão.
- Levo uma menina.
E levou a menina a casa de um homem que trabalhava em gaiolas.
Momentos depois voltou pela menina.
- Foi para casa do pai - respondeu o gaioleiro.
- Levo uma gaiola.
- Partiu-se.
- Pois levo uma viola.
Saiu o macaco com a viola e pôs-se a cantar e a tocar:

Do rabo fiz navalha
Da navalha fiz sardinha
Da sardinha fiz farinha
Da farinha fiz menina
Da menina fiz gaiola
Da gaiola fiz viola
Tinglintim, tinglintim
Eu já me vou embora.
Tinglintim, tinglintim
Eu já me vou embora.
(Ataíde Oliveira In Histórias Tradicionais, 1988, ME)