Dia 10 de Dezembro às 18,30 horas fui com a minha amiga Manuela ao lançamento do livro de Poesia
"Despertar dos Verbos", ao qual o
Mário Domingos tinha tido o cuidado de me convidar. O (lançamento) foi no
Hotel Real Palácio, que é um espaço lindo! A apresentação foi no Pátio do mesmo, um (espaço) com a sua história, apesar de restaurado, adoro o estilo Arquitectônico. Quando cheguei, procurei logo pelo Mário Domingos, onde o encontro e me apresenta a sua esposa Lola! Surpresa, minha! Conhecia a Dra. Lola e pude comprovar, que o sorriso lindo e simpatia e carinho, com que a Dra. trata os seus doentes é genuíno, pois vi a mesma pessoa em dois lugares distintos, e vi o mesmo olhar doce e lindo! Mas continuando com o lançamento do livro, começou com o actor Gonçalo Oliveira a declamar um Poema do livro, foi qualquer coisa de outra dimensão, pois eu adoro Poesia, mas simplesmente amo ouvir a dita a ser "bem" declamada, e como muito bem sabemos nem todos têm esse dom, por vezes nem os próprios Poetas. A apresentação da obra esteve a cargo de
José Fanha, que me fez transportar para outra dimensão, foi qualquer coisa de lúdico. Simplesmente adorei.
Cristina Carvalho e
Licínia Quitério, Autoras dos textos introdutórios à obra. Durante a sessão foram lidos poemas da obra por Licínia, que ternura. A Cristina Carvalho, leu uma carta que escreveu para o Mário, o que digo: emocionante! entretanto o editor da Edium também fez a sua introdução, gostei! Uma pessoa que sabe o que é belo. Entretanto quando o Mário fez os seus agradecimentos, e se vira para a sua esposa e leu um poema que escreveu e está no livro. Foi qualquer coisa de brutalíssimo mesmo, não foi só o Mário a se emocionar! É lindo um AMOR assim, ao fim de 25 anos de casamento. Eu só digo: Obrigada Mário por nos presentear com este livro "Despertar dos Verbos". obrigada pelo momento lúdico,único!
Depois de sair do lançamento, passei com a minha amiga Manuela pelo
El Corte Inglês, onde jantamos na
Taberna.Um fim de tarde e noite simplesmente deliciosa...
"Petição inicial"
Dá-me um cavalo uma alma uma nave
Algo que voe ou galope ou navegu
E seja azul ou de outra cor mas leve
No seu vagar qualquer coisa que lave
Dá-me uma curva um espelho uma pausa
Algo que brilhe e demore e seduza
E se transforme ao ar em luz difusa
Ou nada ou coisa que não tenha causa
Dá-me um comboio um apito um berlinde
Algo que parta ou que role ou decida
E ao passar perto da hora perdida
Nos traga a rima precisa de brinde
Dá-me um baloiço um esquadro uma vez
Algo que meça que oscile que seja
Uma surpresa o gesto que se beija
A última loucura que se fez
Dá-me um segredo uma cor uma uva
Algo que importe ou se cheire ou escorregue
(Mas não tropece nem ceda nem negue)
Por entre dedos ou gotas de chuva
Dá-me uma febre um papel uma esquina
Algo que rasgue ou se dobre ou estremeça
E que se esconda e mais tarde apareça
Sombra de vulto subindo a colina
Dá-me um arco que seja íris
Dá-me um sonho que seja doce
Dá-me um porto que tenha barcos
Dá-me um barco que nunca fosse
Dá-me um remo
Dá-me um prado
Dá-me um reino
Dá-me um verso
Dá-me um cesto
Dá-me um cento
Dá-me só
Um universo
[Mário Domingos] [Declamado por José António Moreira]
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