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quarta-feira, fevereiro 22, 2017

FILETES DE CAVALA COM ESMAGADA DE BATATA DOCE



Quem me segue, sabe a minha paixão por este peixe (cavalas), já contei muito por 👉aqui sobre as ditas. Gosto e pronto! Hoje para "parecer" um prato "gourmet" e elevar a cavala a peixe de 1º, resolvi dar um toque no empratamento "esmagada de batata-doce com alho e azeitonas verdes.😍 Vamos ver como fiz, a sua simplicidade no seu melhor.


Ingredientes:
-cavalas (mandei fazer os filetes na peixaria)
-dentes de alho
-sal marinho
-louro
-pimenta
-sumo de limão
-azeite virgem
-1 ovo
-farinha de milho q.b.

Temperei os filetes com os dentes de alho picados, o louro esfarelado, temperarei com sal marinho pimenta e reguei com limão. Deixei no tempero de um dia para o outro no frigorífico dentro de um Tupperware. No dia seguinte escorri e retirei todos os bocadinhos de alho e louro. Passei por farinha de milho, ovo batido e de novo por farinha de milho fritei em azeite, escorri em papel de cozinha.

Esmagada de batata doce
-2 batatas doces assadas
-2 dentes de alho
-1 mão cheia de azeitonas verdes descaroçadas
-azeite virgem extra
-pimenta-preta moída na altura

No processador coloquei as azeitonas e piquei. Reservei. Numa frigideira coloquei o alho picado, 2 c. de sopa de azeite extra virgem e deixei só o tempo de harmonizar sabores sem deixar alourar o alho. Juntei as azeitonas picadas envolvi e juntei nas batatas doces esmagadas com um garfo, envolvi bem. Depois? Foi fazer o empratamento para a foto e deliciar-me :)


Nota: Não utilizei sal na esmagada, o sal das azeitonas para mim mais que suficiente, mas se para o vosso gosto quiserem utilizar, usem!

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"No carácter, na conduta, no estilo, em todas as coisas, a simplicidade é a suprema virtude."

(Henry Wadsworth Longfellow)


quinta-feira, junho 25, 2015

CAVALINHAS À BRETÃ


  
 
Quem me segue já viu várias receitas, e leu muito sobre a minha "paixão" por sardas ou cavalas. Um peixe que sempre adorei, desde que me conheço por "gente". :) Quando era criança, sempre ouvi o pessoal a comprar o peixe e dizer que era para o gato. Eu sempre fui curiosa, achava estranho, pois sabia que as senhoras não tinham gatos. Perguntava à minha saudosa mãe pelos gatos, ela explicava, mas eu ficava sempre a perceber o mesmo, só mais tarde percebi, é o que faz a idade. Na minha casa (pais) só eu gostava deste peixe, a minha mãe comprava o peixe para a família, mas quando tinha a sorte de apanhar sardas ou cavalas para mim sabia logo que eu ia adorar. Pensando bem, eu era uma criancita muito à frente no tempo. Naquele tempo era o peixe do pobre, passado longos anos, fez-se luz e agora o peixe foi promovido, agora já não é vergonha comer sardas ou cavalas, pois é um peixe recomendado por médicos. Ou seja com 56 anos feitos comi muito peixe com benefícios, por isso disse: que era uma criança muito à frente, pois sem saber (se calhar até sabia) já me andava a prevenir. Hoje em dia com a divulgação dos benefícios que o ácido gordo Omega tem no nosso organismos, todos os peixes "azuis" muito ricos nesta substância (cavala, sarda, sardinha, carapau, chicharro), passaram a ser vistos com outros olhos. Vamos à receita que saltou do meu livro "Doze meses de Cozinha" um livro que me acompanha desde os meus 14 anos.


"São as cebolas picadas que justificam a denominação deste prato, ligando-o assim a uma das mais ilustres famílias da gastronomia regional francesa a cozinha bretã."


Ingredientes:
-4 cavalinhas (usei 2)
-90 g de manteiga ou margarina (usei 3 c. de sopa de azeite)
-2 cebolas (usei 1)
-2 c. (de sopa) de ervas aromáticas picadas (usei salsa e funcho)
-2,5 dl de vinho branco (usei 1,5 dl)
-2,5 dl de caldo de peixe (usei 1,5 dl)
-4 c. (de sopa) de pão ralado (usei 2)
-sal (usei marinho)
-pimenta (usei pimenta-preta)



Numa taça, misturei as ervas, a cebola picada miúdo, e o azeite (se usarem manteiga é amolecida). Arranjei as cavalas(escalei-as  e retirei todas as espinhas expecto as da (parte dorsal) com uma pinça que tenho para esse fim). Temperei com sal marinho e pimenta-preta e recheei com o preparado de ervas aromáticas. A receita pede para cozer a abertura, eu preferi enrolar e fechar com fio de cozinha. Coloquei as cavalinhas num tabuleiro de barro untado com azeite. Deitei por cima o vinho branco e caldo.  Polvilhei com pão-ralado e levei ao forno pré-aquecido a 200ºC, o tempo de cozinhar e alourar o pão ralado. Servi com feijão-verde regado com o próprio molho que se formou no tabuleiro de assar o peixe. Ok, hoje sou eu e não o filho a aplicar o termo: Brutal. :)

"Todos estamos matriculados
na escola da vida,
onde o mestre é o tempo."
 
(Cora Coralina)

sábado, julho 20, 2013

FILETES DE CAVALAS, COM ARROZ DE CENOURA E COÊNTROS



Estes filetes de cavalas, já tinha em rascunho. Agora com as noticias do peixe (cavalas) morto nas praias da Costa de Caparica. Até me arrepiou... só mesmo de gentinha, para fazer isto (largar o peixe que não lhes dá dinheiro). Um vómito completo, se estas pessoas que fizeram isto tivessem sentimentos saberiam que neste momento em Portugal se passa fome. Não seria muito mais bonito, oferecerem o peixe a instituições, que com certeza agradeciam. Mas, isso dá trabalho, e somos um Povo, que trabalhar só fora do País. Depois vêem os pescadores dizerem que ganham pouco, etc. Mas depois catrapúm, deitam fora peixe que encheria a barriga a muita gente. Enfim... Para mim, esta embarcação teria que levar uma Coima, e não seria pequena, talvez, na próxima vez, pensassem duas ou três vezes antes de fazer o mesmo. Mas, como somos um País de brandos costumes, dizem que limpam as praias, e lá seguem o seu caminho. Escusado será dizer, que apesar da minha praia, não ser uma das afetadas, passado dois dias ainda andavam restos de peixitos depenicados pelas gaivotas, pois as bichinhas nesses dias ficaram com uma barrigada, sem trabalho nenhum. Segue para bingo. Um dia quando cheguei a casa da minha praia, disse para a minha filha: -Bolas, parece que alguma melga me mordeu na mão, ok, passei Fesnitil, e lá vi que parecia mesmo picadas de melgas, mas, não dei importância. Nas notícias da noite lá vejo a noticias que a praia de Carcavelos estava interdita a banhos por causa das águas provocarem uma alergia em causa estava as micro-algas, até aqui tudo bem, pois eu na minha praia tinha vistos algas (não, as micro-algas) e até apanhei algumas e apertei as mesmas (eram daquelas de bolinhas) que eu adorava rebentar as mesmas quando era miúda, agora de miúda não tenho nada, mas gostei da sensação de rebentar as bolinhas das alguinhas, daí eu ter ficado com a dita comichão (alergia). Mas, não foi nada que o Fenistil, ou o gel de Aloé não tratasse. O mais engraçado, é que nas noticias era só nas praias da linha, agora passado dois dias começa a circular a notícia que nas praias da Costa também estavam interditas, mas pela minha experiência chegaram atrasadas três dias. Mas, não pensem que deixei de ir à praia e tomar banho, o que depois do alerta, como por magia, não tive alergias nenhuma. (Gargalhada) ...Como a economia  do País está em alta à que afastar os turistas das praias, só mesmo neste País. Eu, continuo a ir à praia e tomar banho, e estou-me lixando para as notícias...


Bem, depois de desabafar a minha azia, vou dizer como fiz as minhas adoradas cavalas que comprei numa ida ao Jumbo, e quem me segue  no blog ou conhece, sabe que para mim, sardas, cavalas, é um manjar dos Deuses, adoro!



Pedi na peixaria para arranjar as cavalas e retirar as espinhas para fazer uns filetes. Temperei os mesmos com sal marinho, alhos picados, louro e reguei com limão (bastante). Ao fim de cinco horas retirei os filetes dessa marinada e passei os mesmos por farinha de milho, depois por ovo batido e por pão-ralado. Levei a fritar os filetes numa frigideira com azeite quente. Deixei fritar os mesmos até estarem douradinhos. Deixei-os repousar em papel de cozinha. Para acompanhar esta iguaria, fiz um arroz de cenoura com coentros que ficou uma delicia. Como fiz o arroz: Num tacho coloquei uma cebola pequena picada, 2 dentes de alhos igualmente picados, reguei com azeite e levei a lume médio só o tempo de murchar a cebola, juntei as cenouras cortadas em laminas e deixei mais um pouco em lume mínimo. Depois juntei o arroz, e deixei fritar o mesmo, Juntei a água (o dobro do arroz) e temperei com sal marinho. Envolvi tudo muito bem, e deixei cozinhar, quando estava quase, juntei um molho de coentros picados. Apaguei o lume e tapei o tacho, o que acabou de cozer o arroz.

______Não há quem não cometa erros, e grandes homens cometem grandes erros._________

Paulo Francis

segunda-feira, novembro 26, 2012

SOPA DE SARDA (CAVALA) À ALENTEJANA








Uma sopa Alentejana, que ficou brutal! Para mim como leva pão, é mais uma açorda. Acho que o que a Maria Manuela Limpo Caetano diz sobre as mesmas, tem muita verdade.

«Os títulos das receitas de açordas e de migas são bastantes arbitrários, visto em determinada localidade chamarem migas ao que noutra localidade, às vezes não muito distante, chamam açorda e até sopas. Este caso de nomenclatura constitui invariavelmente um bico-de-obra. O peixe (Diplodus vulgaris), que em Cascais tem o nome de russada, é conhecido no Algarve por safia, na Madeira por seifa e em Sesimbra por cruta. É realmente difícil ser-se prior em certas freguesias...»

( Maria Manuela Limpo Caetano )

Vamos lá à receita. Temperei a sarda com sal marinho, reservei 24 horas no frigorífico. Num tacho coloquei duas cebolas médias picadas e um dente de alho picado. Juntei uma folha de louro e reguei com azeite. Levei ao lume até a cebola estar translúcida, nessa altura juntei 3 tomates maduros (grandes) pelados cortados aos cubos, e um pimento verde cortado em tiras. Sempre em lume brando deixei o tomate largar os seus próprios sucos e murchar o pimento. Nessa altura acrescentei 250 ml de água. Quando levantou fervura sacudi o sal da sarda e coloquei dentro do tacho. Temperei com pimenta Cayenne, polvilhei com orégãos, e coloquei um bom molho de coentros, e fechei o tacho. Deixei cozinhar a sarda sempre em lume brando. Numa sopeira coloquei duas fatias de pão Alentejano e deitei a sopa por cima. Depois coloquei a sarda.  E polvilhei com mais coentros, já sabem é a minha costela Alentejana, adoro coentros, numa encarnação anterior em vez de Lisboeta devo ter sido uma Alentejana com certeza. Quem quiser usar batatas está à vontade, e quando deita a sopa na sopeira coloca na mesma o pão Alentejano. Agora tenho que aplicar o termo do meu filho: brutalíssimo... 

Notas: Não coloquei sal no tacho, pois para mim o sal da sarda é mais que suficiente, mas cada qual sabe como gosta.


...Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito...

[Chico Xavier]

segunda-feira, outubro 22, 2012

MASSADA DE PEIXE [CAVALA]



Neste dia,  tinha estado a conversar com a minha amiga Manuela, outra apreciadora desta maravilha (cavala). Onde ela me fala da massada de cavala. Sendo a minha amiga da Figueira da Foz, contou-me que em Buarcos uma aldeia piscatória, era uma comida que muito os pescadores costumavam levar para o mar. Massada de peixe, adoro, agora de cavala nunca tinha comido, mas sendo um peixe gordo, só podia ficar uma maravilha, como vim a comprovar. Fiz diferente da receita original, pois o peixe é acrescentado em postas.



Temperei esta cavala com bastante sal. Ao fim de cinco horas sacudi o sal e cozi a cavala. Depois de cozida tirei as espinhas da cavala e reservei a mesma. A água coei e reservei tudo no frigorífico. Comprei as cavalas tão fresquinhas, não ia congelar o peixe. Sim, eu sou daquelas pessoas que como peixe fresco (nem sei, se é) e como peixe congelado. Acho de uma "burrice" atroz ouvir pessoal a dizer: ai, eu nunca como peixe congelado. Ok, mas compram peixe fresco e chegam a casa e catrapúm, peixe na arca. Depois quando vão consumir, dizem: é peixe fresco!!! Pois é, acabou de sair da arca/frigorífico. Há peixe congelado muito mais fresco do que o próprio fresco que dizem. Para mim peixe fresco é aquele que se compra aqui na Fonte da Telha ou Costa da Caparica, quando os pescadores puxam as redes, e vendem esse peixe a saltar ainda. O que se compra nos mercados ou grandes superfícies de fresco para mim não têm nada. Tem ótimo especto como o caso das minhas sardas, mas não me iludo. Agora o tachinho que aparece na foto, é só para fazer "bonito" para a foto. Como já disse aqui, tenho imensa loiça, mas desde que tenho o blog estou sempre a comprar, pois canso-me de estar sempre a fotografar o mesmo, por isso também penso que os meus seguidores se cansam de ver sempre o mesmo. Como sou uma mulher que liga e muito aos pormenores ando sempre a comprar loiça, mas claro que não é dúzias e sim peças soltas. Estes tachinhos comprei vários de cores diferentes. Pois acho um miminho para servir com algumas entradas individuais. Comprei na loja CASA quando comprei estes copinhos, estavam em saldo a um preço delicioso (1,99 €) cada. Bem, vamos à receita.


Receita:
Num tacho piquei uma cebola e dois dentes de alho. Juntei uma folha de louro, reguei com azeite e levei a lume brando até murchar a cebola (ficar translúcida). Nessa altura juntei 2 tomates  maduros e sem pele cortados aos bocadinhos. Deixei que os tomates deitassem o próprio suco, nessa altura aumentei o lume e juntei 100 ml de vinho branco. Juntei a água que tinha cozido a cavala e deixei levantar fervura. Nessa altura juntei massa de cotovelinhos e deixei cozinhar. Quando estava quase juntei a cavala reservada e um molho de coentros picados. Retifiquei, o sal e temperei com piripiri. Claro, que depois foi me deliciar...

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"Quem sonha de dia tem consciência de muitas coisas que escapam a quem sonha só de noite."


[Edgar Allan Poe]

sexta-feira, outubro 05, 2012

CAVALA EM ESCABECHE



Hoje começo com a citação de Óscar Wilde «Meu gosto é muito simples. Gosto do melhor de tudo.»

 Identifico-me na perfeição. Claro, que a leitura desta citação se for interpretada por pessoas "ocas", "vazias" de sentimentos, pensam logo em bens materiais...Para mim: simplesmente o melhor de tudo, é mesmo estes sabores que tenho de infância e que sei, que só eu fazendo os posso recordar de novo. Peixe de escabeche, para mim, é dos maiores manjares. Cavala, Sarda idem aspas...numa das minhas idas à MAKRO, onde ia com desejo de comprar raia, não havia, mas as cavalas estavam lá lindas de morrer, pois, elas já estavam mortinhas, morridas.😂 Mas, quando eu digo que estavam lindas, é porque eram fresquinhas e enormes (1,200kg) cada, trouxe 2 uma pensei logo em fazer este escabeche que já estava apetecer-me há muito. As saudades da minha mãe continua a doer, e os sabores que só ela me soube presentear ao longo da minha vida, estão em alta. Já não tenho os mimos da minha mãe, agora só em memória. Desde que o meu filho partiu, como eu disse: a vontade de cozinhar foi com ele. As saudades já dói e muito! Pois, as saudades dele também andam em alta. O Skype é uma maravilha, pois oiço a voz e vejo o meu filho, mas  tenho saudades dos abraços e cheiro do meu filho, mas voltando à receita que é o que vos interessa.

As cavalas vinham arranjadas  decapitei as sardas.😎 Uma cortei em fatias finas e temperei com bastante sal marinho. Ao fim de cinco horas sacudi o excesso de sal no papel de cozinha absorvi a humidade das postas. Passei as mesmas por farinha de milho fina e fritei em azeite com um dente de alho. (Serve para não queimar o azeite, a dica serve também, para quem utiliza óleo nas frituras). Depois das postas fritas reservei o peixe. Num tacho juntei uma cebola cortada em rodelas finas e três dentes de alhos laminados. Juntei azeite e sempre em lume brando deixei a cebola murchar até ficar translúcida, nessa altura juntei 20 ml de vinagre de vinho branco, e deixei harmonizar sabores e evaporar um pouco. Temperei com pimenta-preta moída na altura, juntei o peixe frito nessa cebolada e deixei até ao outro dia harmonizar sabores. Deliciei-me com uma batata cozida temperada com o próprio molho de escabeche.

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"Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos."


[Bob Marley]

sexta-feira, agosto 03, 2012

CAVALA COZIDA À MODA ALGARVIA


 

Esta receita foi o Dr. Fernando, que me passou. Era o almoço dele um dia que estávamos no Facebook, eu fiquei logo curiosa, quando ele me diz que vai almoçar cavala com orégãos. Sendo cavala um dos peixes que adoro desde que me conheço, Pedi logo a receita, ao qual me explicou muito bem explicadinha...:) pensei logo fazer no dia seguinte, mas não consegui encontrar cavalas grandes nem no mercado da Charneca de Caparica nem no mercado da Costa da Caparica. Mas como tinha que ir à MAKRO resolvi esperar para comprar lá. No meu tempo de criança as pessoas tinham vergonha de comprar este peixe quando o compravam diziam que era para o gato, mas gato nem vê-lo, pois o seu preço era muito baixo. Hoje o preço nem precisam de inventar gatos, pois o preço nem é baixo. Comprei a 9€, o que convenhamos que de barato nem tem nada. Trouxe uma cavala grande para mim. Vamos lá à receita.

 A cavala já vinha  arranjada e sem cabeça e cortada em duas postas, barriga/rabo. Temperei com sal marinho, esteve em sal durante 5 horas. É um peixe que para realçar o seu verdadeiro gosto, tem que estar no mínimo 4 horas em sal. Coloquei ao lume um tacho com água, sal marinho, duas pernadas de orégãos, e uma cebola descascada. Quando levantou fervura juntei uma batata descascada (pode ser com casca). Quando de novo começa a água a ferver juntei a cavala sacudida do excesso de sal e deixei cozinhar. A poucos minutos do fim da cozedura juntei brócolos. Servi de seguida e deliciei-me.

Notas: em 53 anos nunca tinha comido Cavala cozida com orégãos, simplesmente adorei. O Dr. Fernando disse que é uma receita Algarvia, e tendo os Algarvios o costume de usar muito orégãos nas suas receitas. Eu nunca postei a minha caldeirada, mas eu na caldeirada coloco sempre três pernadas de orégãos, e aprendi também com pessoal Algarvio quando numas férias em 1992 quando as passei em Vilamoura. Agora só tenho que dizer: um muito obrigada Fernando (Dr.) só profissionalmente...:)


"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido."

[Dalai Lama]

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

CAVALAS JOÃO SEM-MEDO




 Bem, lá vão dizer: lá vem a Isabel com mais uma história da infância! Pois, mas tem que ser, e quem não gostar, não visita o "Cozinhar com os Anjos" porque eu sempre, fui, sou e serei assim! A verdade acima de tudo! Além que nas minhas memórias de infância, tenho muitas. Se sou uma mulher tão ligada, aos sentidos, só pode! Quando eu era criança o peixe que eu gostava era carapau, chicharro,  cavalas ou sardas. Mas era só eu lá em casa (chicharro, o meu pai até gostava). Na rua onde os meus pais moravam havia uma peixaria a 100 m de casa, onde havia uma barbearia, e o senhor da barbearia morava no 3º andar do nosso prédio. Ele ia muito cedo para a loja, onde passava pela peixaria e se havia os meus peixes preferidos ele mandava logo guardar para a Belinha (eu) e depois tocava à porta de minha casa e dizia à minha mãe. Pois, e porquê? Pois sendo um peixe baratinho, o pessoal lá da rua comprava muito para os gatos ok, mas os gatos nunca os vi! Tinham vergonha de dizer que era para eles próprios. E como a minha mãe ia só às compras um pouco mais tarde, pois tinha que tratar primeiro dos filhos que sendo 3 com diferencia de um ano e meio de cada um, não era pera doce. A minha mãe quando chegava à peixeiria, claro, se não fosse a gentileza do vizinho, tinha que ouvir o meu comentário: não quero, não gosto! Pois a minha mãe comprava muito pescada e outros peixes, adoro peixe(aliás prefiro peixe à carne) mas pescada nunca gostei, e continuo a não ser apreciadora. E sendo assim a minha mãe comprava o peixe para o pessoal lá de casa e comprava o meu preferido, e que feliz que eu ficava. Eu desde criança sempre adorei estar na cozinha, a minha mãe quando vinha da peixaria colocava o peixe embrulhado em jornal(naquele tempo era jornal) e dizia: Belinha a mãe vai buscar o resto das compras e já vem! Não mexas no peixe! Ok, era só ela virar as costas e lá ia a Belinha armar-se em peixeira ou cozinheira. :) se vinha o meu chicharro, eu adorava tirar a serrilha, mas o pior é que tirava a serrilha e o peixe, pois ficava só a espinha à mostra, se era pescada, quando a minha mãe chegava, a pescada coitadinha já tinha visto melhores dias, estava mole. :) claro, depois ralhava-me: a mãe não disse para não mexeres? O dizer, até tinha dito, mas a vontade de eu ajudar, ou desajudar é que era muita. Até um dia! Um dia coloca lá o peixe embrulhado em cima da bancada e diz: não mexas Belinha!-Está bem mãe! Mas teimosa como eu sempre fui, lá vou eu logo para a cozinha. Só que nesse dia "o tiro saiu-me pela culatra". Quando eu toda feita me vou armar em peixeira e abro o embrulho de jornal e vejo as "cobrinhas"(enguias) a mexerem-se largo tudo no chão e à pernas para que te quero, fecho a porta da cozinha e coloco-me em cima do sofá da sala há espera da minha mãe. Ok, a minha mãe quando chegou riu-se , mas amigos/as foi "remédio santo" nunca mais estraguei peixe à minha mãe, pois eu sabia lá o que estava embrulhado no jornal, e para sustos, não muito obrigada, não queria mais! E quando eu conto isto não pensem que eu já era uma jovem, e sim uma criança com talvez uns cinco seis anos, pois ainda não andava na escola. No meu tempo só com 7 anos se entrava na dita! Ufa, grande história para dizer uma receitinha de cavala que fiz para mim, só! :) vamos lá à receitinha:

Esta receita retirei do "Doze meses de cozinha", foi o meu 1º livro de cozinha que pedi ao meu pai, tinha eu uns 13/14 anos e lembro-me perfeitamente quanto custou! 500$00 naquele tempo não foi barato. Pois, já o tenho na minha companhia há uns 39/40 anos ok? Agora o nome da receita, eu acho que devia alterar para "Cavalas Isabel sem-medo" ;)

"Este prato oferece a possibilidade de saborear um dos peixes economicamente mais acessíveis."

Ingredientes:(para 4 pessoas)
-4 cavalas médias
-4 tomates maduros médios
-1 cebola grande
-2 dentes de alho
-1 colher(de sopa) de manteiga
-3 colheres de sopa de azeite
-1 colher (de sopa)) de mostarda
-2 colheres (de sopa) de farinha
-1,5 dl de caldo de peixe
-sal e pimenta
Arranje as cavalas como habitualmente, lave-as e enxugue-as. Tempere com sal e pimenta. Aqueça o azeite com a manteiga numa frigideira. Passe as cavalas por farinha, introduza-as na gordura bem quente e aloure-as de ambos os lados. Reduza o calor, para permitir a cozedura do peixe sem queimar a gordura. Retire as cavalas da frigideira e coloque-as na travessa onde irão ser servidas, previamente aquecida.
 Descasque e pique a cebola . Junte-a à gordura onde as cavalas cozeram. Pele os tomates. Corte-os em bocados e junte-os à cebola e aos dentes de alho pelados e esmagados. Regue com o caldo de peixe, que deve ser muito concentrado e estar bem quente. Deixe cozer com o lume muito forte mexendo de vez em quando, até obter um puré líquido. Junte ainda sobre o lume, a mostarda e rectifique temperos.
 Deite este molho sobre as cavalas e sirva imediatamente acompanhado com batatas cozidas polvilhadas com salsa.

Notas: da provadora oficial(eu): brutalissimo...agora eu coloquei a receita como está no livro, mas claro, que as medidas para mim foram alteradas, pois fiz mesmo só para mim ok?

 "O que a memória ama, fica eterno. Te amo com a memória, imperecível."  (Amo-vos meus pais (eu)

[Adélia Prado]