Peixe e eu, eu e peixe, adoro. Noutra encarnação com certeza fui peixito. :) Desde que me conheço por gente que sempre gostei. A minha mãe contava-me que eu em criança (estilo 2 anos) quando a minha mãe estava a fritar peixe, eu colocava-me ao pé dela na chaminé encostada (sim, naquele tempo era chaminé) tal o meu gosto por peixe, e comia tudo. Lembro-me em criança não gostar que a minha mãe tirasse as espinhas, eu mesma gostava de as tirar. Somos 3, mas o mesmo não acontecia com os meus irmãos, eles não eram muito apreciadores de peixe. Por isso digo que devo ter sido peixito, pois fomos criados da mesma maneira. Peixe, gosto de qualquer maneira, expecto cru. Não, não gosto de Sushi, o meu filho adora eu não. Grande estória para uma simples caldeirada de tamboril. :) O tempo passa e as memórias cada vez são mais. Saudades de sabores que nunca mais os vou ter. Os sabores que a minha saudosa mãe fazia os mimos que eu tinha sempre.
Esta caldeirada, coloquei por camadas até acabar os ingredientes: Cebola cortada às rodelas, pimentos verde e vermelho, limpos de sementes e cortados às tiras, tamboril, batatas cortadas às rodelas, tomates maduros sem pele cortados grosseiramente. No fim coloco salsa, coentros, 2 pernadas de orégãos, sal marinho, pimenta-preta moída na hora 1 dl de azeite e borrifo com vinho branco. Tapo o tacho e levo ao lume a cozinhar em lume brando sem destapar o tacho. Deliciei-me.
"Amamos as nossas mães quase sem o saber e só nos damos conta da profundidade das raízes desse amor no momento da derradeira separação."
(Guy Maupassant)