sexta-feira, março 02, 2012

PAI, CONTINUA A DOER (...!)

Pai, ao fim de 4 anos continua a doer! «GRANDE MENTIRA», quando dizem: o tempo cura. É o mesmo que se fizermos uma ferida, com o tempo a dita cicatriza mas fica sempre a marca. A pele fica sempre mais clara mesmo que apanhemos sol, o resto do corpo bronzeia mas no local da ferida fica sempre uma (marca mais clara). Ao olharmos para a (marca) lembramos quando e porquê a temos! É o mesmo que sinto, pois não há nenhum dia que não me lembre de ti, que não fale contigo, e sim, continuo a chorar com saudades... Agora já estás acompanhado com a mãe, e eu com duplas saudades e duplo sofrimento! A vida continua não há dúvida nenhuma! Mas com saudades! Sabes? Já fechei a porta da Amadora uma cidade que me deu muitas alegrias, mas também muito sofrimento desde há 7 anos quando foste operado! Pai! O que digo? Nem sei! Só te digo: até aquele dia que nos vamos abraçar para sempre...

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

[Carlos Drummond de Andrade]

"Todas as decepções são secundárias. O único mal irreparável é o desaparecimento físico de alguém a quem amamos." Amo-te, meu pai...!

[Romain Rolland]