sábado, março 23, 2013

A PÁSCOA


                  (Imagem retirada na Internet)
Estava eu a pesquisar o meu livro Paixão pelo Chocolate quando chego à página que fala sobre a Páscoa. Achei super interessante, pois o que nunca compreendi foi o que é que o coelho tem a ver com a Páscoa? Depois é os ovos da Páscoa, que eu saiba quem põe ovos são as galinhas, e os patos, ok, ok, já sei, devo ser "lerda", mas vou partilhar a informação que o meu livro tem, a quem interessar, óptimo, se não, coloquem no canto e esqueçam o que leram, ok?

UM OVO É...
Mito: origem da criação e fonte da vida.
Enigma: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Design: forma oval perfeita, inspiradora de artesãos, arquitectos e pintores. Até Walt Disney a usou à exaustão: todas as suas figuras são composições ovóides. Mas o ovo também inspira o design de embalagens: um mínimo de envoltório para o máximo de conteúdo.
História: basta pensarmos no «ovo de Colombo».
É, acima de tudo, é um alimento básico, natural e necessário, nutritivo, económico e absolutamente delicioso.

Quantas mensagens e símbolos a Páscoa encerra!
É a grande festa da Primavera, na qual se celebra o renascer das forças da terra, que para os cristãos assinala a ressurreição de Cristo. Daí que todas as manifestações deste período estejam associadas à alegria de viver. Uma alegria que se reflete nos costumes, nos ritos e nos objetos representativos.

DIZ O POETA...
«No céu do Domingo de Páscoa misturam-se o repicar dos sinos e o trinar dos pássaros e há ovos de Páscoa nos ninhos e nas casas»

LENDAS E TRADIÇÕES...
Segundo a tradição, os sinos não tocam em França durante a Quaresma porque foram para Roma e estão de luto. No Domingo de Páscoa regressam a voar e repicam de alegria pela Ressurreição do Senhor. Pelo caminho, vão deixando ovos coloridos pelos campos, que cabe às crianças descobrir.
Em toda a Europa Central, desde há muito, os pais e familiares costumam pintar ovos que depois escondem entre os arbustos para as crianças tentarem descobri-los. Na sua busca, espantam coelhos e lebres, que fugiam no mato, e as crianças acreditavam que os ovos tinham sido pintados por eles. Por essa razão, os pasteleiros desses países criam, para celebrar a Páscoa, coelhos e lebres de chocolate, que carregam ovos ou brincam com eles.

A PÁSCOA:

Se prestarmos atenção, descobrimos alguns símbolos claros nos elementos comemorativos da Páscoa: folares com forma circular, que evocam o Sol, ovos que representam o renascimento de um tempo novo... E as figuras de chocolate são, sem dúvida, um doce que serve de consolo depois da abstinência da Quaresma.

Uma das tradições mais significativas (mantida na Catalunha e no Levante Peninsular) é a figura da mona (macaca), um bolo com uma ou várias figuras de chocolate que os padrinhos oferecem aos afilhados na segunda-feira da Ressurreição.
A mona clássica era redonda ou em forma de rosca, e na sua superfície dispunham-se ovos cozidos enfeitados com uma cruz feita com uma massa a que se chama «pão a dormir». Com o tempo, as monas foram-se enriquecendo e adquirindo formas mais complexas. Hoje confecionam-se bolos de duas ou três camadas com chocolate, figuras e enfeites, como é o caso das pequenas penas coloridas.

Os ovos são um verdadeiro emblema da Páscoa. Além dos ovos pintados, verdadeiras obras de arte, os ovos têm um papel importante nas já referidas monas/folares. Depois da Guerra Civil de Espanha, perante a falta de moldes para confecionar figuras, os pasteleiros da época agudizaram o seu engenho e descobriram que unindo ovos de chocolate de vários tamanhos podiam criar praticamente qualquer figura, técnica que ainda hoje se utiliza.

Um grande conhecedor destas tradições e do chocolate é Antonio Escribá, pasteleiro, criador, curioso e investigador incansável do tema do chocolate, em relação ao qual hoje é reconhecido a nível mundial como especialista. Aqui fica o nosso agradecimento pela sua colaboração no capítulo especial da Páscoa.

Em todas as mitologias, o ovo é princípio de todas as coisas...Não foi por acaso que na união de Leda com o Cisne nasceu a Humanidade. O que levou, aliás, os sábios da época a equacionar várias questões que acabaram por conduzir à mesma interrogação: quem pôs o primeiro ovo? Uma interrogação que o homem introduziu na sua existência através de um longo cortejo de crenças e superstições que variam segundo a cultura e o país.

Durante séculos, os ovos eram consumidos em grandes quantidades durante o equinócio da Primavera, quando as aves acasalam e constroem os seus ninhos para pôr no mundo novas vidas. Dado não haver frigoríficos, os ovos tinham de consumir-se sem grandes demoras. Como se fazia? Pintavam-se e ofereciam-se.
Assim nasceu e se expandiu este costume por todo o mundo.

Em escavações realizadas na antiga Mesopotânia, encontraram-se não só ovos pintados, como também os utensílios utilizados para os decorar há quatro mil anos! Devemos destacar os ovos pintados chineses, pela sua perfeição, mas sem esquecermos os da Ucrânia, autênticas peças de arte conhecidas pelo nome de pisanka.

No Norte de África, os árabes ofereciam ovos pintados aos emires e dignitários em cestas decoradas. Essa oferenda era chamada munda («comida saborosa») ou monus («provisão»). Para os romanos, este tipo de oferta era sinónimo de graça ou testemunho de amizade, e apresentavam-no sobre uma massa de pão que poderia ser da família da actual pizza. Mais tarde, os romanos chegaram com esta novidade à Catalunha, onde a criatividade lhe conferiu as mais diversas formas, e onde o nome e a tradição da mona ficaram bem arreigados.

Os pasteleiros catalães e valencianos, verdadeiros artistas, converteram a mona em algo mais que uma guloseima para crianças - e para os que já deixaram de o ser...Criaram obras espetaculares, que muitas vezes espelham a atualidade política, desportiva, arquitectónica ou histórica. Um autêntico prazer para a vista e paladar.