quarta-feira, setembro 17, 2014

DOCE DE TOMATE



Doce de tomate transporta-me para a memória e sabores de infância. Quando era criança, recordo no Verão a minha saudosa mãe estar horas na cozinha a fazer o doce de tomate, aqueles aromas que emanavam a casa e escada, ainda estão gravados na minha essência. Saudades? Cada vez mais, não de ser criança (não tenho) mas sim da minha mãe. Continuo a sentir-me órfã, pois não é por ter 55 anos que esse sentimento me abandona, a falta dos meus pais? Sinto. O tempo passa, mas as saudades não diminuem, cada vez tenho mais. Mas esta conversa não vos interessa. (Senão ainda me escrevem a perguntar se o blog é de culinária ou lamúrias) como já aconteceu. :) Santa ignorância. O blog é meu e muito meu, e já disse: escrevo o que me vai na alma, se agrada, ótimo, senão "azarito" eu não mudo. Mudando de assunto, vou dizer como fiz o meu doce de tomate que era como a minha mãe fazia, há pessoal que tira as sementes, colocam especiarias, etc. Eu gosto da simplicidade nas compotas, e só. Vamos à receita tal e qual eu via a minha mãe fazer.

Chegaram a minha casa uma quantidade de tomates biológicos (caseiros sem químicos, a não ser os da atmosfera) :) sim, já não tenho idade para acreditar em Pai Natal.

Ingredientes:
-2 kg de tomate maduro pelado com sementes (se quiserem tirar as mesmas estão à vontade)
-2 kg de açúcar amarelo (se quiserem utilizar menos estão também à vontade)
-1 pau de canela partido ao meio.

Levei os ingredientes ao lume numa panela de sopa. Fui mexendo até encontrar o ponto de estrada no doce. Deitei o doce em frascos esterilizados.

Nota: Ao fazer o doce na panela, como sabem é um doce que enquanto está a cozer sobe, e se for num tacho por vezes vem fora. Agora a quantidade do açúcar, eu nunca retiro quantidade, é sempre a mesma da fruta. Sempre soube que o açúcar além de dar a textura ao doce é um conservante, por isso o doce da minha mãe aguentava um ano sem frigorifico, pois ela guardava  os frascos de doce em cima do armário da cozinha, o vermelho do doce contrastava com o vermelho das cortinas da cozinha. Eram aos quadradinhos vermelho e branco. Saudades...

"Ausência física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em algumas fotos."

(Martha Medeiros)