(Imagem retirada da Internet)
«Descontracção, repouso e deleite»São alguns dos prazeres da vida que ligamos a uma chávena de chá fumegante. Mas uma das bebidas mais consumidas no mundo pode igualmente ter um efeito estimulante, desde que o chá não esteja em infusão mais de 3 minutos. O chá é bom simples, com açúcar, com leite e em especial com uma gulodice a acompanhar. Misturado com bebidas quentes ou frias confere-lhes um paladar aromático e ajuda a saborear uma boa sobremesa. Permita que o chá o surpreenda!
Foi no início de sec. XVII que os Holandeses trouxeram para a Europa o primeiro chá. Originário do Japão, começou também a ser criado na China. Nessa altura, o chá ainda estava muito longe de ser ingerido como alimento: era apenas vendido nas farmácias como medicamento. Com a introdução do chá preto, o estatuto do chá mudou e transformou-se, ao lado do café e do chocolate, numa bebida aristocrática. Em breve se espalhou e, cerca de setenta anos mais tarde, os Ingleses fundaram a Companhia das Índias Orientais e passaram a liderar o comércio do chá.
Por «chá russo» entende-se o chá preto da Ásia, trazido em caravanas ao longo da Rússia até chegar à Europa Central. O «chá das caravanas» era extremamente apreciado pelos conhecedores, pois ao contrário do chá que era transportado em navios durante meses, mantinha intacto o seu paladar.
No sec. XIX, o comerciante inglês Thomas Lipton aperfeiçoou o comércio do chá: colocou no mercado misturas embaladas de chá com o seu nome.
O efeito estimulante do chá depende também da cafeína (ou teína), tal como o café. Mas há uma diferença: o chá não tem um efeito tão forte, é mais lento e mais demorado a actuar. A cafeína espalha-se lentamente pelo corpo. As propriedades do chá estimulam o cérebro e o sistema nervoso central, contrariamente ao café, que afecta o coração e a tensão arterial. Por conseguinte, depois de bebermos uma chávena de chá temos uma grande capacidade de reacção e de concentração. Os apreciadores particularmente sensíveis que temem as insónias, devem prescindir do café ou do chá depois das 16 h.
A folha do chá, quer seja verde ou preto, o chá provém sempre da mesma planta, só que é tratado diferentemente.
Método tradicional para a preparação do chá.
1. Emurchecimento: grandes ventiladores e aquecedores secam e amaciam as folhas verdes do chá.
2. Enrolamento: as folhas secas do chá entram na máquina de enrolar para serem destruídas.
3. Fermentação: o suco da planta sai e, em contacto com o ar, oxida e fermenta. As folhas coloram-se de vermelho-cobre. É agora que se desenvolve o aroma.
4. Secagem: a fermentação é parada com ar quente. Depois de seco e escurecido, o chá é escolhido.
5. Selecção: quando é peneirado, o chá é dividido em:
. Chá de folhas: bocados «inteiros»
.Broken: chá de folhas miúdas. Abre mais depressa que o chá de folhas.
.Fannings: folhas mais pequenas: indicado para sacos de infusão.
.Dust (pó): as folhas mais pequenas.
O chá verde não é fermentado, mas sim passado por vapor. Isso destrói os fermentos e as enzimas no chá, mas não o tanino. Por isso é que o chá verde é mais amargo que o preto, e o resultado da sua infusão mais claro.
Oolong é um chá cujo o processo de fermentação foi interrompido. A nível de paladar, situa-se entre o preto e o verde.
No mundo inteiro usa-se actualmente um processo mais abreviado: as folhas secas são despedaçadas, esmagadas e enroladas durante o processo. No entanto, isso põe fim ao chá de folhas!
«Chás de todo o mundo»
A maior parte dos chás que bebemos vem da Índia: Assam é um tipo forte e aromático, reconhecível pela sua cor escura na chávena. Darjeeling é um chá delicado, de cor clara e sabor a fruto. É proveniente dos Himalaias. Deliciosos são os «first flush», da colheita da Primavera, e o «second flush», um pouco mais escuro e forte, dos meses de Verão.
No Sri Lanka cresce uma espécie amarga e forte que ainda hoje tem o nome antigo deste país: Ceilão.
A maior parte do chá verde é cultivado na China: duas das variedades mais conhecidas são o Gunpowder (pólvora), de folhas enroladas em forma de esfera, é o Chunmee.
Na ilha de Java, Indonésia, cultiva-se um chá semelhante ao Assam. Os chás de Samatra são mais utilizados em misturas.
Nas latas e nos pacotes de chá vem indicada a origem, o tamanho e a qualidade das folhas:
.Flowery: quer dizer florido: o chá tem um aroma perfumado, liga bem com limão.
.Orange: de grandes folhas aromáticas, deve ser bebido sem leite.
.Pekoe:penugem branca, em chinês: apenas se encontram naquele chá de folhas mais pequenas e tenras. Tem um sabor amargo.
.Tippy: chá de folhas delicadas, escolhidas entre as melhores, mais jovens e mais claras.
«Chá no bule»
Para obter uma chávena de chá precisa de 1 colher de chá (1,2 g) ou uma saqueta e 1,5-2 dl de água. Por cada litro de água são necessárias 6 colheres de chá (9-12 g).
Será melhor preparar o chá utilizando dois bules. Num fica em infusão, noutro é servido. Os coadores de lã, porcelana ou bambu são bastante úteis quando utilizar apenas um bule. Ponha sempre o chá solto no bule, pois ele precisa de espaço para inchar.
O bule deverá ser de faiança, porcelana ou vidro. Ao contrário do que se diz, não é necessário molhá-lo previamente com água a ferver.
Mexa um pouco o chá e passe-o de seguida por um coador para o bule onde o vai servir. Se quiser utilizar um filtro, só tem que o deitar fora.
Pode adoçar com açúcar ou edulcorantes e acompanhar com natas ou leite. Quem gostar de pôr limão, deverá escolher um chá forte. O rum pode encobrir um pouco o paladar.
«Chá no samovar»
O samovar é fundamental para a arte de bem apreciar o chá na Rússia. A água é aquecida nos grandes recipientes de cobre, bronze ou prata e aí mantida à mesma temperatura durante bastante tempo. Em cima está um pequeno recipiente com chá concentrado. Para uma chávena de chá coloque uma pequena quantidade na chávena (50-70 ml) e dilua o chá forte ao seu gosto com água quente do samovar.
Os samovares eléctricos não dão o mínimo trabalho e são enchidos com água fria.
Os samovares a carvão requerem mais trabalho. O carvão incandescente (feito no grelhador do jardim) é colocado no tubo de aquecimento a meio do compartimento da água. Pouco depois a água começa a ferver.
Para fazer o chá concentrado, utilize por chávena 3 colheres de chá (4-5 g) de chá ou 3 saquetas e 1,5-2 dl de água a ferver. Esta quantidade de extracto, diluída é suficiente para 3 chávenas. Para obter 0,5 l de extracto precisa de 10 colheres de chá (15-20 g).
Coloque as folhas de chá num bule, cubra com água a ferver e deixe repousar cerca de 5 minutos. As mais indicadas são as variedades pretas do chá do Ceilão ou da Índia. Deite o chá concentrado através de um coador no recipiente do samovar, ou tire apenas o filtro do bule.
Coloque o recipiente com o chá concentrado sobre a tampa do samovar ou sobre o tubo de aquecimento. Assim, o chá concentrado manter-se-á sempre quente.
«Receitas de chá gelado»
O chá gelado nada tem a ver com chá frio! Para obter esta bebida tradicional americana (conhecida como iced tea) precisa de uma chávena de chá bem forte e bem quente e um copo de cubos de gelo. Se quiser, pode juntar um pouco de açúcar e limão. Ao contrário de um chá que arrefece normalmente, o chá gelado é arrefecido de forma brusca. O seu aroma e o seu paladar são deste modo realçados, resultando numa bebida bem refrescante.
Por cada copo de chá gelado precisa de duas colheres de chá ou dois sacos de chá preto e 200 ml de água a ferver. Deixe em infusão durante 4 minutos, depois coe. Adicione açúcar e limão a gosto.
Encha um copo alto e estreito até dois terços com cubos de gelo e cubra-os com o chá quente. Não receie o copo não vai partir-se. Para beber utilize uma palhinha.
Os Norte-Americanos bebem o chá gelado durante o Verão para assim matarem a sede. A sua receita serve de base para inúmeras variantes. Para aromatizar pode juntar-lhe uma pitada de gengibre ou cardamomo, folhas de hortelã ou de erva-cidreira, groselhas ou pedaços de ananás. Ficará ainda melhor se for misturado com sumo de ananás, cerejas ou laranja, e até com gin, conhaque, rum ou Campari.
P.S. Retirei esta informação de um livro sobre chás. Como achei muito interessante, pois havia muito sobre chás que eu não sabia, gostei, e muito! Daí eu partilhar com os meus seguidores. Mas já sabem? A quem não interessar esqueçam o que leram façam como a Isabel (eu) colocar no canto o que não tem interesse, ou deixou de ter...
______Não é que seja exatamente corajoso, meu coração tem é isso de bom: não ocupa espaço com mágoas e, com o tempo, ele se tornou desmemoriado pra assuntos de frustração._______
Ana Jácomo