sexta-feira, maio 31, 2013

QUEQUES CREMOSOS DE CHOCOLATE

Outra receita, deste livro. Uns queques simplesmente brutais...

Ingredientes:14 queques
-225 g de farinha de trigo
-55 g de cacau em pó
-1 c. de sopa de fermento em pó
-1 pitada de sal
-115 g de açúcar amarelo claro
-150 g de pepitas de chocolate branco
-2 ovos
-250 ml de natas espessas
-6 c. de sopa de óleo de girassol ou 85 g de manteiga derretida e arrefecida (usei manteiga)
Aqueci o forno a 200ºC, coloquei as formas de papel dentro das formas de alumínio. Peneirei a farinha, o cacau, o fermento e o sal para uma tigela grande. Juntei o açúcar e as pepitas de chocolate branco. Bati os ovos numa tigela, deitei as natas e a manteiga sem deixar de bater. Juntei essa mistura aos secos, mas foi só envolver até estar tudo muito bem misturado, mas sem bater. Dividi a massa pelas formas e levei ao forno durante 20 minutos

_____Não há uma estrada real para a felicidade, mas sim caminhos diferentes. Há quem seja feliz sem coisa nenhuma, enquanto outros são infelizes possuindo tudo.____

Luigi Pirandello

quinta-feira, maio 30, 2013

FEIJOADA




Feijoada é uma das comidas mais reconfortantes no Inverno. Resolvi fazer. Como o calendário diz, que estamos quase a entrar no Verão, mas as temperaturas dizem o contrário. Fiz a minha tradicional feijoada, pois não a tinha feito desde que o filho chegou.

No tacho coloquei uma cebola picada um chouriço de carne cortado às rodelas e reguei com azeite. Levei a lume brando, até a cebola "murchar" ficar translúcida. Nessa altura juntei 2 colheres de sopa de massa de pimentão e envolvi. Junto a carne de porco cortada em cubos e deixei refogar sempre em lume brando, ao qual fui juntando golinhos de água, conforme era preciso. Temperei com sal e deixei cozinhar a carne. Quando a carne estava cozinhada, juntei um pouco mais de água (pouca) e juntei uma couve lombarda, cortada às tiras e previamente lavada. Deixei cozinhar a couve. Quando cozinhada, juntei feijão encarnado de lata (escorrido) e envolvo muito bem. No fim juntei uma farinheira (que retiro a pele, coloco numa tigela e com um pouco de líquido que cozinhou a carne e couves, deito por cima e com um garfo desfaço, onde fica um polme), envolvo muito bem na feijoada e temperei com pimenta cayenna, deixei só o tempo para harmonizar sabores.

Notas: usei feijão de lata, porque o tempo era reduzido, e não tinha deixado feijão de molho. Mas usem o que mais lhes agradar.

____Liberdade é como saborear um passeio de bicicleta sem precisar apostar corrida com ninguém. Apenas pedalar. No nosso ritmo._______


Ana Jácomo

terça-feira, maio 28, 2013

PAIXÃO POR CHOCOLATE [HISTÓRIA PARTE 3]


         (Imagem retirada da net)
A continuação da história do chocolate, já saiu a parte 1, e a parte 2. Agora seguimos para a 3º parte.

A ÁRVORE QUE VEIO DOS TRÓPICOS:

Na classificação de Lineu (século XVIII), ao cacau foi atribuído o nome científico de Theobroma cacao, que em grego significa «alimento dos deuses», uma excelente designação tendo em conta o passado mítico do fruto, e que Lineu por certo conhecia bem.

O cacaueiro cresce apenas nas regiões tropicais situadas em volta do equador, onde o clima é quente e húmido. Precisa de uma temperatura média de cerca de 25ºC, mas não gosta de estar directamente exposto ao sol, preferindo a sombra de outras árvores; são por isso plantadas na proximidade de bananeiras ou outras árvores de folhas grandes, cujas raízes profundas, para não prejudicar as do cacaueiro, mais superficiais. Curiosamente, a estas árvores «de acolhimento» chama-se «mamã cacau».

Como árvore, o cacaueiro é relativamente pequeno, de cinco a sete metros de altura, ainda que no estado silvestre possa atingir os doze ou quinze metros. Vive entre vinte e cinco e trinta anos, mas se encontrar condições favoráveis chega a alcançar os quarenta anos. Requer alguns cuidados especiais no que respeita ao solo (que deve ser rico em húmos) e aos ataques de fungos ou outras afecções.

As árvores com mais de três anos produzem uma grande quantidade de flores, no tronco e ramos grossos, ao longo do ano. Apenas um por cento, aproximadamente, destas flores são fecundadas, dando origem aos frutos. O número de cacaus por planta varia, podendo nalguns casos alcançar anualmente 300 unidades. O fruto tem uma forma ovalada (semelhante a uma papaia), de coloração e peso (entre 250 g e 500 g) muito diferentes segundo a variedade do cacaueiro. Seguem-se as mais cultivadas.

«FORASTERO». De sabor amargo, é originário do Amazonas. É  a variedade mais difundida (cerca de 95 por cento da produção mundial) e é produzida sobretudo em África: Costa do Marfim, Camarões, Gana e Nigéria. Estes países fornecem a Europa, enquanto o Brasil abastece os Estados Unidos.

«CRIOLLO». De sabor delicado e grande qualidade, é originário da América Central (Venezuela e Colômbia). É uma variedade de produção reduzida, o que aumenta substancialmente o seu preço.

«TRINITARIO». Trata-se de um hibrido obtido do criollo e do forastero. Possui um pouco mais de gordura que os precedentes, é menos aromático e a sua coloração mais pálida, o que o torna ideal para fabrico de chocolate de leite e alguns chocolates de cobertura. É produzido essencialmente na Indonésia, Sri Lnka e Madagáscar.

Existem mais variedades hibridas de cacaus criollos e cacaus forasteros, como o nicaragua, o legítimo, o calabacillo, o soconusco, etc.

Cada fruto contém em média trinta e cinco sementes, repartidas em cinco pilhas, encostadas umas às outras e envoltas numa substância esbranquiçada, mucilaginosa e muito doce.

Quatro a sete meses após a fecundação da flor (dependendo da zona de cultivo) procede-se à colheita dos frutos, a que nas Américas chamam maracas. Para reconhecer o ponto exacto de maturação, os apanhadores guiam-se pela cor (avermelhada ou dourada) e pelo som de guizos produzido pelo fruto quando abanado.

Continua...


 
   (Imagem retirada na net)                                                               
Imagem: Um dos afrescos pintado por Diego Riviera no Palácio Nacional do México. Representa a planta do cacau, o que é revelador da importância do chocolate na história daquele País.

A ÁRVORE DO CACAU CRESCE NAS REGIÕES TROPICAIS, ONDE SE ENCONTRAM AS CONDIÇÕES IDEAIS DE TEMPERATURA, HUMIDADE E SOLO.

UM CACAU DE QUALIDADE:

Para determinar a qualidade do cacau temos de ter em conta vários factores, como o país origem, a variedade do cacaueiro, a forma de o cultivar e o processo de fermentação. Mas o que se revela de maior importância para os fabricantes é a percentagem de tanino que o cacau possui: quando menor for, maior é a sua qualidade (são os cacaus superiores, de produção reduzida). Também são tidas em conta a quantidade de sementes defeituosas: o cacau de qualidade extra pode conter 5 por cento destas; o de primeira, 10 por cento;; e o de segunda, 20 por cento.

Continua...

segunda-feira, maio 27, 2013

GELADOS RECORDANDO [VII]

                                                                             (Imagem retirada na net)
Comecei aqui num patamar de recordar. Mas tenho muito para recordar, principalmente quando as recordações são boas, à que continuar  a fazer o mesmo.

GELADO DE FRUTOS DO BOSQUE.

GELADO DE MARACUJÁ [OUTRO]

GELADO CASEIRO COM CEREJAS.

ICEBERG COM GELATINA.

PÊRAS BÊLLE HÉLÉNE.

TAÇA GAUDI COM VODKA.

GELADO DE NATA COM MARMELADA.

GELADO DE PISTÁCHIO EM CAMA DE CARAMELO.

GELADO DE SNICKERES.

MOUSSE DE CHOCOLATE COM GELADO DE NATAS.

PARFAIT DE FIGOS COM PRALINÉ DE AMÊNDOAS.

SALAME DE CHOCOLATE COM GELADO (SORVETE DE LIMÃO).

GELADO DE CHOCOLATE COM ERVAS AROMÁTICAS CHOCOLATE-MENTA.

GELADO DE SPECULOOS.

GELADO DE CHOCOLATE [NUMA SOBREMESA].

GELADO DE BOUNTY.

________Tem alguns momentos na vida que são inesquecíveis e se pararmos bem para recordar esses momentos vamos perceber que os melhores momentos de nossas vidas são os mais simples como um abraço de um amigo que já não víamos há muito tempo, um sorriso de uma pessoa que sorrio só por te ver ou escutar sua voz, vivemos dando tanto valor a coisas que achamos que vão nos fazer feliz e esquecemos que a felicidade estar nas coisas mais simples...___________


John Sousa

sábado, maio 25, 2013

PAIXÃO PELO CHOCOLATE [HISTÓRIA PARTE 2]


                       (Imagem retirada na net)
Continuando com a história do chocolate, já foi a parte 1, agora segue a parte 2. Espero que vos agrade assim como a mim!

DA AMÉRICA PARA O MUNDO;

Corre o ano de 1524, quando Hernán Cortés envia carregamentos de cacau a Carlos V, e pouco a pouco torna-se moda a nobreza e os membros do clero, mais pela novidade que pelo seu sabor, ainda forte e amargo. Foram os religiosos no México quem mais contribuiu para a difusão do chocolate, apesar da relutância das altas esferas eclesiásticas, devido ao poder excitante que tinha sobre quem o tomava. Por exemplo, o bispo de Chiapas teve de proibir o seu consumo dentro da igreja, porque as damas espanholas, a fim de tornarem mais suportáveis os prolixos sermões, bebiam chocolate durante a cerimónia, servido pelos criados. Esta situação irritou o prelado, que ameaçou excomungá-las se continuassem com aquela prática; elas preferiam abandonar a missa ao chocolate. Conta-se que o bispo morreu pouco depois envenenado...com uma taça de chocolate!

Por fim, foram os próprios clérigos que, para fazerem as pazes, começaram a preparar recipientes com chocolate quente para oferecerem às damas, mas fora da igreja e depois de terminado o sermão.

Diz-se também que o Papa Pio V contribuíram para o aumento do seu consumo ao declarar que o chocolate com água não violava o jejum. Terá sido, com certeza, essa a razão por que os monges foram os primeiros mestres chocolateiros; acredita-se que os frades que seguia na expedição de Hernán Cortés enviou sementes de cacau, bem como as instruções para a sua confecção, ao abade do Mosteiro de Pedra de Saragoça.

O chocolate seguiu o seu caminho, e entrou em Itália (pela mão dos médicos), em França (onde foi introduzido por Ana da Áustria, filha de Filipe III de Espanha, depois do seu casamento com Luís XIII), em Inglaterra (adoptados de imediato pelos aristocratas) e Alemanha (levado por um cientista de Nuremberga).

Contudo, por ser tão amarga, a nova bebida não estava ainda adaptada ao gosto europeu. Em Espanha era apresentada mais como produto medicinal do que como um alimento, porque se procurava evitar a todo o custo que se tornasse um hábito entre a população. Havia até limites de consumo aconselhados: beber chocolate apenas de manhã, à tarde e à noite...

De qualquer modo, o amargor não passou de um pormenor de rápida solução, já que ao fim de pouco tempo se começou a adicionar ao cacau a substância que o complementaria para se obter o chocolate: o açúcar.

Quase um século após a sua descoberta, o chocolate adaptou-se definitivamente ao Velho Mundo e depressa começaram a surgir salões onde se podia degustar a nova bebida.

As chocolatarias ficaram na moda e o exótico manjar converteu-se no leitmotiv das damas da alta sociedade espanhola da época, que se reuniam em salões e mandavam preparar grandes jarros de chocolate. Começou-se também a saborear em pequenas peças sólidas, servidas envoltas em papel dourado para não sujar as mãos. Mais tarde, ao provar estes pequenos pedaços, os franceses diriam: «Bon!, bon!», exclamações que serviram para designar os bombons.

Motivada pela boa recepção do produto, nascia uma nova indústria,e, para além das chocolatarias, outras lojas especializadas foram abrindo, bem como fábricas.

O processo de produção mecanizada iniciou-se em França, no reinado de Luís XIV, que estimulou a produção nacional. Paris abriu a sua primeira loja de chocolates em 1659.

Os ingleses, aproveitando o facto de Espanha lhes ter cedido a Jamaica em 1655, começaram a importar directamente o cacau, e rapidamente abriram o seu primeiro salão de chocolate (1660), a primeira loja de venda de chocolate (1657). e a sua primeira fábrica (1728). Em Espanha, foi estabelecida a primeira produção mecânica de chocolate em Barcelona, em 1777.

É no século XIX que se abrem novos horizontes para a indústria do chocolate e para o público consumidor. Em 1828, o holandês Conrad van Houten inventa um processo que visa separar a manteiga de cacau, dando origem ao cacau em pó. Mais tarde, o chocolate começa a ser preparado com leite e com açúcar, a fim de se obter um sabor mais suave, e a captar também mais apreciadores. Os suíços foram os autores materiais desta nova criação e em 1875 dão a conhecer ao público o primeiro chocolate fabricado com leite, figurando, a partir de então, entre os chocolateiros mais prestigiados do mundo. Nomes como o de Philip Suchard, Heinrich Nestlé, Lindt (em 1879 criou a técnica da «conchagem») e Daniel Peter (o criador do chocolate de leite) soaram ao longo do século XIX, não apenas como artesãos do chocolate, mas também como investigadores de novas técnicas e processo de fabrico.


 
    (Imagem retirada na net)

IMAGEM: HERNÁN CORTÉS É RECEBIDO COMO UM DEUS POR MONTEZUMA, QUE LHE OFERECE XOCOLATL, A BEBIDA DAS PESSOAS.

ILUSTRES APRECIADORES DE CHOCOLATE:

Entre os mais fervorosos adeptos daquela época encontram-se Goethe, Voltaire, Stendhal, e Napoleão Bonaparte. Conta-se que Voltaire se fechava enquanto escrevia e que o seu único alimento até à tarde era chocolate quente e espesso.
Também Maria Teresa da Áustria, mulher de Luís XIV, era uma bebedora inveterada de chocolate. A este propósito, dizia um historiador: « O rei e o chocolate eram as duas grandes paixões da rainha.»


           (Imagem retirada na net)
IMAGEM: PAPA PIO V

AS ORDENS RELIGIOSAS:

As ordens religiosas de regra mais rigorosa proibiam os seus membros de beberem chocolate. Os infractores podiam ser castigados com três dias a pão e água. Mais tarde, o Papa Pio V autorizou o seu consumo fora do convento, embora pudesse ser consumido dentro deste no caso de algum dos membros se encontrar doente.

CHOCOLATE TERAPÊUTICO:

Antigamente pensava-se que uma substância forte e amarga não podia ser senão um medicamento, pelo que o chocolate era empregado no tratamento, por exemplo, da gota, das afecções do piloro, das ressacas provocadas pela ingestão de bebidas alcoólicas, da tuberculose, como tónico para pessoas idosas, etc. Sem dúvida que ao substitui-se o mel pelo açúcar o conceito do produto também mudou.

Continua...

sexta-feira, maio 24, 2013

BIFE DE VACA À MINHA MANEIRA

Bife para mim o que mais gosto é o bife do acém. Mas os meus filhos são esquisitos com as gorduras, tiram todas e ainda por cima inventam algumas...então para não desperdiçar, pois a vida não está para tal, eu para eles compro sempre da vazia, um bife tenro e desprovido de gorduras. Mas eu claro é do acém. (Sorrisos), mas para a foto fica mais bonitinho o da vazia, então vamos lá ver como faço.

Numa frigideira coloquei 2 colheres de sopa de manteiga (não uso margarina, mas vocês usem o que gostam ou der mais jeito). Quando derretida coloco os bifes em lume esperto (forte) e selo os bifes de ambos os lados (para os seus sucos, não se desperdiçarem). Tempero com sal marinho e pimenta-preta moída na hora. Juntei 200 ml de natas batidas com uma gema, e envolvi muito bem, é só o tempo de deixar espessar o molho o que é rápido. Pois cá em casa gostamos do bife rosado, (mal passado). Servi com batatas fritas, claro, caseiras, não uso congeladas. Não gosto de fritos nem dar muito aos meus filhos, mas quando é este bife tem que ser...

______O jornalismo moderno tem uma coisa a seu favor. Ao nos oferecer a opinião dos deseducados, ele mantém-nos em dia com a ignorância da comunidade._______


Oscar Wilde

quarta-feira, maio 22, 2013

BISCOITOS DE LEITE COM CHOCOLATE

Uns biscoitos que são uma delícia. Ou melhor, como o meu provador oficial (filho) diz: brutalíssimos..


Ingredientes:
-50 ml de leite
-1 vagem de baunilha
-100 g de manteiga
-100 g de açúcar
-50 g de chocolate em pó
-1 c. de sobremesa de fermento
-1 ovo
-1 gema
-260 g de farinha
Aqueci o leite com a vagem de baunilha, aberta ao meio, e deixei arrefecer. À parte, bati a manteiga com o açúcar e fermento. Adicionei o ovo e a gema. Juntei, alternadamente, a farinha, chocolate e o leite, sem a vagem de baunilha. Misturei tudo muito bem e deixei repousar no frigorífico, durante 15 minutos.
Liguei o forno a 190ºC, forrei dois tabuleiros com papel vegetal. Com uma colher de sobremesa coloquei montinhos de massa deixando espaço entre cada uma. No meu forno, levou 8 minutos. Ao fim desse tempo retirei os biscoitos/bolachas, com uma espátula e deixei acabar de arrefecer na rede, antes, de colocar no frasco dos biscoitos.

A vida me ensinou...

A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafectos;
Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;

A sonhar acordado;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

Charles Chaplin

terça-feira, maio 21, 2013

PAIXÃO PELO CHOCOLATE [HISTÓRIA PARTE 1]


                                                                    (Imagem retirada na net)

                                                              (Imagem retirada na net)
Tenho partilhado várias histórias, mas do chocolate ainda não o fiz. Ao consultar o meu livro «Paixão pelo Chocolate» apeteceu-me partilhar a delicia desta história, pois não acredito (pelo menos não conheço) que haja alguém que não goste de chocolate. Vamos a isto, que como sabem vai ser em várias partes pois é bastante extensa, ok? Mas a quem não interessar, colocam no canto, se gostarem e servir para saber mais algo, óptimo.

Este livro é dedicado a todas as pessoas por cujas mãos passa o fruto do cacaueiro e que o convertem no apreciado chocolate: aos que trabalham de sol a sol nos países tropicais; aos que laboram nas fábricas, dando forma a um alimento de origem ancestral; e, não podia deixar de ser, aos antigos Maias, por partilharem connosco este presente dos deuses.

Introdução:

O chocolate poderia bem chamar-se «este obscuro objecto do desejo», como o filme de Buñel, uma vez que são poucos os que conseguem resistir a levar à boca um pedaço, fechar os olhos, deixá-lo desfazer-se sobre a língua e gozar um momento de prazer.

O chocolate entra na nossa vida muito cedo: em crianças, devoramos-lo com avidez, sem conseguir evitar que as suas marcas na nossa boca, nos dedos, na roupa; quando adolescentes, acalma a nossa ansiedade, malgrado as consequências na acne: em adultos, se possuirmos uma imaginação transbordante, utilizamos-lo para enriquecer as fantasias sexuais ou, se gostarmos de confeccionar doces, empregamos-lo na criação de novas e requintadas receitas, não perdendo uma oportunidade de fazer gala do nosso talento.

No filme chocolate, mostra-se como os habitantes de uma pequena povoação francesa modificam a sua vida graças ao chocolate. Numa cena memorável, o presidente do município-farto de combate sem êxito uma loja de chocolates considerada pecaminosa por estar aberta ao público na Quaresma-destrói um escaparate. Num dos furiosos golpes desferidos nos artigos expostos, um pedaço de chocolate salta e vai parar aos seus lábios, desfazendo-se involuntariamente na sua língua. O homem começa a devorar, sem conseguir parar, o chocolate que se encontra ao seu alcance. A partir de então, a vida naquela terra nunca mais será a mesma: o mágico chocolate acaba com a intolerância que ali reinava.

Qual será o segredo deste delicioso manjar? O chocolate encontra-se envolvido em lendas antigas e é rico do ponto de vista nutricional, além de ser um dos alimentos mais atraentes do ponto de vista organoléptico.

Nas páginas que se seguem faremos uma viagem ao coração do chocolate para descobrir os seus segredos. Seguiremos a rota dos antigos maias e dos astecas até alcançarem as preparações culinárias contemporâneas. Entretanto porque não preparar um batido de chocolate para acompanhar a leitura?

Do Cacau ao Chocolate:

Sabemos que sem cacau não há chocolate, mas como se chega a este? Como se processa a espectacular transformação de sementes sem qualquer atractivo num requintado bocado de chocolate brilhante?
As origens do chocolate remontam a épocas anteriores às dos conquistadores do Novo Mundo.
Em 4000 a. C. já havia grandes plantações de cacau nos territórios que são actualmente o México e a Guatemala.  A sua história é tão rica e surpreendente como o produto final, o chocolate, por isso, convidamos-la a conhecê-la.

"Reza a lenda que o deus Quetzalcoatl, representado pelos mortais como «a serpente emplumada» desceu dos céus para transmitir sabedoria aos homens, e que lhes trouxe um presente: a planta do cacau. Os outros deuses não lhe perdoaram que desse a conhecer um alimento divino, e vingaram-se, mandando-o expulsar das suas terras pelo Deus Tezcatlipoca. Numa outra versão, Quetzalcoatl era um Deus bondoso que tinha de defrontar Tezcatlipoca, um Deus cruel: este venceu-o e condenou-o ao desterro. Antes de se ir embora, Quetzalcoatl jurou regressar «por onde o sol sai» no ano ce-acatl do calendário asteca.

O Cacau, um fruto prodigioso:

Os Maias foram os primeiros a cultivar o cacaueiro, há mais de dois mil anos, dando ao seu fruto um grande valor como alimento (pensa-se que partiam as sementes e as mascavam) e como moeda. Mais tarde, os astecas continuaram a tradição, e chamaram cacahuatl ao fruto («cacau», em nauatle, a língua deste povo). Também eles o reconheciam como um presente dos deuses e tiravam dele grande satisfação: preparavam uma bebida forte e espumosa destinada aos soldados e aos hierarcas, embora também a consumissem em determinados festejos e rituais.

Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a entrar em contacto com o cacau, quando desembarcou na América, nos finais do século XV. Como os astecas tinham o fruto em grande apreço consideraram que receber os ilustres visitantes com as suas sementes seria a melhor maneira de lhes provar que eram bem-vindos. Contudo, apesar das suas boas intenções, a expedição de Colombo não se mostrou muito interessada naquelas sementes de cor acastanhada, nas quais a única utilidade que viam era a de moeda de troca, aliás uma prática habitual na época: um escravo valia cem sementes, os favores sexuais das cortesãs, dez, e um coelho, oito.

Apesar de ter sido Cristóvão Colombo o primeiro europeu a conhecê-lo, o novo alimento só seria dado como oficialmente descoberto quando Hernán Cortés chegou ao México, em 1519. Os astecas acreditavam que Cortés era a encarnação de Quetzalcoatl, porque a chegada do conquistador coincidiu com o ce-acatl, o ano em que Deus havia prometido voltar. Para sorte do espanhol, os astecas acreditavam que o seu Deus entraria «por onde o sol sai», isto é, por leste, precisamente por onde desembarcou a expedição.

Montezuma recebeu-o com todas as honras devidas a uma divindade, e ofereceu-lhe xocolatl, a bebida reservada às pessoas importantes. Naquela época não tinha o sabor suave e delicado que conhecemos hoje, mas, sim, amargo e forte. Cortés, ao provar aquela estranha beberagem, descreveu-a assim: «Quando alguém a bebe pode empreender uma jornada sem se cansar e sem sentir necessidade de se alimentar.» Para além do seu elevado valor alimentar, também o valor monetário que lhe atribuíam os astecas chamou a atenção de Cortés. Numa carta dirigida a Carlos V datada de 30/10//1530, escreveu: «É um fruto que vendem moído, e têm-no em tão grande estima que o usam como moeda em todas as terras e com ele se compram todas as coisas necessárias.»

Ambas as qualidades foram determinantes para que Cortés incentivasse o cultivo da árvore do cacau e o expandisse para outros países; assim, chegou ao Brasil passando pela Venezuela e pelas Antilhas.

O cacaueiro começou, assim, a divulgar-se e a ganhar raízes por todo o continente americano, fornecendo o valioso xocolatl, um produto  com que os homens podiam manter-se, uma vez que lhes fornecia a energia necessária para andarem um dia inteiro sem precisarem de qualquer outro alimento.

A lenda começava a expandir-se.

Continua...

UMA BEBIDA LUXUOSA.
Os astecas torravam e moíam as sementes do cacau, misturavam-nas com água, juntavam-lhes especiarias, como malagueta, canela, pimenta ou baunilha (e, por vezes farinha de milho, a fim de a espessarem), e obtinham uma bebida amarga, de sabor forte, mas muito enérgica. Chamavam-lhe xocolatl (do nauatle xoco, «amargo», e atl, água). Era uma bebida de elite, reservada a governantes e soldados (aos quais conferia vigor), e utilizada para celebrar certos rituais.

CHOCOLATE...COM ÁGUA OU COM LEITE?
No México mantém-se a antiga tradição maia de beber o chocolate com água, em vez de leite, como nalguns países europeus. Uma passagem do romance Tão Veloz como o Desejo, de Laura Esquivel, ilustra muito bem a diferença: Itzel, uma mulher de ascendência maia, diz a Jesusa, a sua nora espanhola: «Para tua informação, os meus antepassados construíram pirâmides monumentais, observatórios, lugares sagrados, e sabiam, muito antes de vocês, de astronomia e de matemática; por isso não me venhas ensinar nada, muito menos como se bebe chocolate.»

segunda-feira, maio 20, 2013

ABÓBORA ASSADA COM ESPECIARIAS


O "meu" Jamie Oliver, pode aparecer chefs de todas as qualidades e feitios de todas as raças, mas o Jamie para mim, será sempre o Jamie. Nenhuma receita que eu tenha feito deste chef, que tenha saído defraudada, o jovem sabe mesmo, além que continua com a sua entrega incondicional à família uma atitude que adoro nele, sempre com a sua humildade, e aquela "sopinha com massa" na fala, ok, rendo-me. Já disse anteriormente que quero conhecer o Jamie pessoalmente, e continuo. Nota do meu provador oficial (filho): brutalíssimo...

Ingredientes: para 6
-1 abóbora média/grande, 1-1½ kg
-2 colheres de chá de sementes de coentros
-2 colheres de chá de orégãos secos
-½ colher de chá de sementes de funcho
-2 pimentões-vermelhos secos pequenos (ou a gosto)
-1 colher de chá de sal
-1 colher de chá de pimenta-preta acabada de moer
-1 dente de alho
-1 colher de sopa de azeite
Lave a abóbora, corte-a ao meio com uma faca grande (corte um lado e rode a abóbora na lâmina para ser mais seguro e simples). Com uma colher grande, retire as sementes da abóbora (experimente assá-las com um pouco de azeite e sal marinho e sirva-as com bebidas, como aperitivos, são muito boas). Corte a abóbora longitudinalmente em quartos e depois corte os quartos ao meio. Deve ficar com fatias com cerca de 2,5 cm de espessura em forma de barco. Ponha-as numa tigela.
Ponha todas as ervas aromáticas secas e especiarias num almofariz e triture com o sal e a pimenta para criar um pó fino. Junte o dente de alho e triture-o com as especiarias. Deite o conteúdo numa tigela e junte uma colher de sopa de azeite. Passe a abóbora nesta mistura de ervas aromáticas e especiarias, certificando-se de que todos os pedaços ficam bem revestidos.
Coloque os pedaços de abóbora em linha, com a casca para baixo, num tabuleiro de ir ao forno. Asse a 200ºC, cerca de 30 minutos ou até estarem macias. O sabor picante irá entrar na abóbora e esta irá tostar ligeiramente, com a casca a ficar caramelizada e rija.

Uso este legume em particular para várias coisas diferentes: como base para o recheio de ravioli, para pão, para risoto e como acompanhamento de assados. Quando mostrei isto pela primeira vez à minha mãe, ela não gostou da ideia, mas adorou o sabor das especiarias. Faço muitas vezes em casa. Experimente, é muito bom, económico e acessível.

Jamie Oliver

_____As obras de arte são de uma solidão infinita: nada pior do que a crítica para as abordar. Apenas o amor pode captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas._____

Rainer Rilke

domingo, maio 19, 2013

A HISTÓRIA DO CAFÉ [PARTE 3 ]

            (Imagem retirada da net)
Continuando com « história do café» já passei a parte 1 e a parte 2, agora continuando para a parte 3 e final. Espero que tenham gostado assim como eu.

As mãos que dão de comer...

Argelia é cozinheira. A sua vida decorre numa paz absoluta. Os seus dias alimentam-se do verde da terra e da alegria que proporciona aos trabalhadores a quem, todos os dias, dá de comer na sua cozinha. Trabalha de segunda a sexta-feira e descansa sábados e domingos. Prepara a dispensa semanalmente, depois de saber quantas pessoas irão trabalhar na plantação e, consequência, deliciar-se com os seus pratos. É uma mulher alta e muito bonita, de cabelo preto. Vivi numa casa branca, com portas e janelas pintadas de vermelho e telhados de telha. Está rodeada de flores de todas as cores e, muito perto da casa, crescem bananeiras, pimenteiros e limoeiros «para as limonadas». Vêem-se montes de lanha para a cozinha e sente-se muito amor. Reparo numa cruz de *guádua com mais de dois metros de altura, mas que não tenho coragem de perguntar o que significava. Na sua cozinha encontram-se panelas limpas, brilhantes como espelhos e penduradas nas paredes para, mais dia menos dia, voltarem a ser usadas.
*Espécie de bambu muito alto e grosso.
Nos fogões há sempre tachos fumegantes, arroz e feijão-encarnado preparados diariamente, pois não podem faltar no menu nocturno. Argelia conversa connosco encostada ao parapeito da janela da cozinha, juntamente com a filha. De repente, sai de casa e oferece-nos um sumo de goiaba colhida no jardim, doce e refrescante, óptimo depois de uma caminhada árdua pelos campos à procura dos locais mais apropriados para fotografar. O marido, sentado em silêncio a um lado da mesa, faz-lhe companhia por estar convalescente, e a filha, que a ajuda todas as tardes, não se separa dela um único segundo. Argelia cozinha diariamente para setenta trabalhadores com bom apetite e um horário preciso. Ao amanhecer, oferece-lhes um *tinto aromático, quente e substancial, para enfrentar o início do dia e trabalho. Algumas horas mais tarde, quando ainda está frio, chega a hora do pequeno-almoço. Põe água a ferver, prepara chocolate espesso e suave e vai cozinhando as arepas de milho acabado de moer, para as servir quentes e douradas. Com esta pequena refeição, que dá força aos trabalhadores para continuarem a colher café até ao meio-dia, termina a primeira etapa matutina de Argelia.
*Nome que se dá na Colômbia ao café puro sem leite.
Quando o Sol está no zénite e a temperatura aquece, regressam todos à casa onde os guarda um almoço acabado de preparar. O menu varia entre guisado com mandioca ou banana-pão, sopa de arroz, «seco» com massa e carne, e outros pratos reconfortantes e nutritivos, sempre do agrado dos trabalhadores. Esses pratos fornecem-lhes energia, mas também reconforto, por terem partilhado com Argelia um toque de vida tão especial como os seus cozinhados. O sol põe-se, o dia de trabalho termina e os comensais aproximam-se novamente, agora para jantarem. É também ali que se reúnem, mais tarde, para um merecido descanso, para jogarem à malha ou às cartas, ou, simplesmente, para conversarem e comerem mais qualquer coisa antes de uma curta noite de sono: às cinco e meia da manhã já estão a deleitarem-se novamente com o tinto da alvorada.

A família impera...

Conheci três cunhadas que partilham a mesma casa e só às sextas-feiras à tarde, quando o trabalho acaba, podem contar com a companhia dos maridos. As crianças mais pequenas brincam alegremente, as filhas mais velhas escondem-se, alguns jogam à malha, num ambiente divertido e barulhento, e outros preparam-se para ir ao futebol. Para chegarem ao campo, situado a umas centenas de metros da casa, têm de descer a montanha, coberta de cafezeiros; junto ao campo corre um rio que, ali de cima, mal se avista. Alicia, tal como Pedro, o seu marido, levanta-se às seis horas da manhã, dá o pequeno-almoço às crianças, toma banho, bebe um tinto e sai para o trabalho. O campo e a natureza chamam-na e dão-lhe vida. Há seis anos que trabalha na colheita do café: «Nos dias piores colho entre cinquenta a sessenta quilos», diz. Sai à mesma hora que os outros trabalhadores. São poucas as mulheres a realizar aquela tarefa, mas sérias e respeitadas. Trabalham a par dos homens e são tratadas com igualdade. Como qualquer outra mãe que trabalhe, quando a jornada termina volta para casa, onde a pequena Daniela a recebe de braços abertos. À noite descansa um pouco. Assiste a um filme ou um episódio de uma telenovela e senta-se a desfrutar da paisagem na companhia da família. «Canto, danço e vou ao futebol com os miúdos. Às vezes jogamos futebol, aqui no pátio. Para mim, o importante é manter-me activa», afirma com um sorriso. A Paula e a Cristina ficam em casa a preparar a comida para o resto do grupo. Pratos especiais, elaborados pelas mãos de mulheres do campo: às segundas-feiras, pequeno-almoço de arroz com ovos, um guisado ao almoço, e assim sucessivamente...Perto da pequena casa branca há uma capoeira com galinhas gordas e formosas, que, certamente, não tardarão a fazer parte de um desses menus. Em constante correria, as crianças serpenteiam por entre as pernas das mães, sem perceberem muito bem o que querem aquelas estranhas, de máquinas fotográfica e gravador em punho. Sente-se o cair da tarde e, em especial, a chegada do fim-de-semana, que une a família no reconforto do lar e no desejo de partilhar bons momentos. Quando ao jogo da malha, explicam-mo assim: «Aqui parada, no local onde estou, agarro numa malha [uma roda metálica com cerca de 10 cm de diâmetro e 650 g de peso] e lanço-a de maneira a faze-la "queimar a mecha", ou seja, bater num círculo marcado com pólvora, o que provoca um som característico. Ganha a pessoa que conseguir "queimar" um maior número de mechas.» Ficámos a ver o jogo e acabámos por nos entusiasmar tanto como os participantes. Pedro, o marido de Alicia, aproximou-se de nós e contou-nos como tinha chegado ali, há oito anos, e como se sentia bem: «Daqui ninguém me tira. O que mais me agrada é ter um trabalho estável, que não me obriga a andar de quinta em quinta. Aqui, divertimo-nos a jogar à malha, a ouvir música, a cantar e a viver no campo.»

O alimentador...

Diego é o alimentador daquela área da plantação. Ao contrário do que a designação da sua função possa sugerir, não é a ele que cabe preparar os alimentos. Em contrapartida, é dele que depende o suave, enérgico e cálido tinto fresco madruga. adoro o título de «alimentador», pois, dada a confusão a que induz, confere uma especial importância ao café, colocando-o no local do «pão nosso de cada dia». Diego, também ele entusiasta do jogo da malha, é magro, de rosto alongado e cabelo castanho. Não percebe o que é que eu e a minha filha fazemos naquelas terras altas e longínquas, e porque queremos saber do seu ofício. Explico-lhe que nos interessa conhecer as pessoas que se mantiveram no campo, a trabalhar e a desfrutar das suas vantagens, enquanto nós vivemos no bulício da cidade, afastadas da natureza e do complexo silêncio. «Ah!», exclama. «Se isso fizer com que nos tornemos mais conhecidos e haja mais pessoas a quererem trabalhar no café...» Foi assim que iniciámos a conversa em que nos demos a conhecer mutuamente. Diego tem a seu cargo os dois tintos diários: o que abre os olhos e o coração dos seus trabalhadores de manhã bem cedo e o que permite terminar com satisfação essa grande jornada, cheia de cores e trabalho árduo. Também lhes oferece sumos de fruta, para os ajudar a refrescar-se à ida para casa. Tem a responsabilidade de verificar se todos estão bem, nos campos e ao recolherem aos acampamentos. Observa atentamente o que se passa, indaga, acompanha os trabalhadores nos seus labores e está sempre presente, para lhes fornecer o que precisam. É essa a sua forma de contribuir para o bom resultado das suas tarefas, árduas e meticulosas. Diego contabiliza o número de trabalhadores, reparte o trabalho e avalia a quantidade de café que conseguirão colher. Distribui então os sacos, que, ao final da tarde, deverão estar cheios de fruto maduro e identificados com a respectiva numeração. Na plantação, entrega aos trabalhadores sacos e números para que, no final da jornada, o café colhido seja marcado, separado e arrecadado. Diego também tem a incumbência de fornecer às cozinheiras todos os víveres necessários para a preparação das refeições destinadas a alimentar a sua gente. Cuidar dos arbustos, arrancar as ervas daninhas e vigiar as sementeiras são outras das tarefas que lhe cabem. Como ele próprio diz, o seu trabalho é um conjunto de ofícios: faz um pouco de tudo e tudo está nas mãos. O trabalho no campo termina na sexta-feira à tarde, mas no sábado, dia de pagamento, vai até à cidade com os trabalhadores, para que todos recebam o que lhes é devido: assim termina a sua semana laboral.
Fim...

____É mais sensual uma mulher vestida do que uma mulher despida. A sensualidade é o intervalo entre a luva e o começo da manga.____

António Lobo Antunes

sábado, maio 18, 2013

ADOPÇÕES POR HOMOSSEXUAIS


        (Imagem retirada na net)
Fui ter aqui, nem me perguntem como?!?!?!? Fui, pronto, antes não fosse, pois a nausea que fiquei foi tanta, que ainda estou a digerir o que li. A senhora no final do texto coloca «P.S. Escusam de vir aqui insultar-me que eu não dou cobertura a insultos. » Ok, nem comentei dizer-lhe que o maior insulto que a dita tinha tido foi mesmo o que lhe vai naquela cabecinha, e o que ela tinha escrito, acho que não merece a pena. Fico é muito triste com pensamentos destes, e depois querem que o meu País vá para a frente...nem daqui a 100 anos.

Respeito as opções sexuais de cada um. Daí o meu respeito pelo ser humano, mas daí a respeitar o que esta senhora escreveu vai uma grande diferencia. Simplesmente não tenho respeito, nenhum por pessoas "pequeninas" destas. Tenho a certeza que qualquer criança o que precisa é de AMOR, agora se o tem com um casal dito normal, ou com dois pais, ou duas mães, penso que a diferencia é zero, pois o AMOR não se mede com estatuto e sim em qualidade.

P.S. Os ditos pais normais (casal homem/mulher) não há semana que não seja notícia, que matou o filho/filha ou filhos, que os abandonou, que fizeram isto e aquilo, sempre foi assim. Agora os psicólogos desculpam-se com a crise, mas é engraçado nunca ouvi nenhuma noticia de dois pais, ou duas mães que fizessem mal ou abandonassem os seus filhos, será que a crise não os afecta a eles/as, ou será que sou eu é que ando distraída?!?!?!? Enfim...a minha opinião, estou-me lixando que não concordem!

Mas fica em aberto eu colocar aqui o que eu acho o melhor e-mail (gosto) e o pior (não gosto) que receber, se é: que querem dar-se a esse trabalho, ok? Mas, identificado, se não, não vale.

_______Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.______

Friedrich Nietzsche

sexta-feira, maio 17, 2013

GELADO DE BOUNTY



Quem me segue sabe perfeitamente a minha ligação Kármica com os gelados. Sou uma eterna apaixonada pelos mesmos, seja em que altura do ano for, como, e faço durante todas as "estações" do ano. Foi um hábito que o meu saudoso pai me transmitiu, pois desde que me lembro de ser gente que eu ia com ele ao Galeto comer gelados. Mas essa história já a contei imensas vezes não me vou repetir. Desta vez apeteceu-me um gelado de chocolate e coco. Tinha cá em casa chocolates Bounty resolvi improvisar e em muita boa hora o fiz. Vamos à receita que estava em fila de postagem (rascunho) há mais de 1 ano, nunca mais via a luz do dia. Tenho mesmo que fazer uma faxina nas receitas em rascunho. Já são muitas, nunca consigo colocar em dia, pois continuo a cozinhar todos os dias, prometer não prometo, pois nunca o fiz na minha vida, mas vou tentar

 
Ingredientes:
-3 gemas (congela as claras, serve para fazer Pavlova)
-180 g de açúcar branco fino
-30 ml de licor de coco
-5 chocolates Bounty (embalagens) X 2 = 10 (cada embalagem têm 2 chocolates)
-500 ml de natas batidas "quase" em chantilly

Bati as gemas com o açúcar até ficar uma mistura esbranquiçada. Juntei o licor, envolvi muito bem e reservei. Levei os chocolates partidos aos bocados a banho-maria a lume brando com 100 ml de natas sempre a mexer até derreter completamente. Quando derretido deixei arrefecer um pouco antes de juntar à mistura anterior. Envolvi muito bem sem bater. Por fim juntei as natas batidas e envolvi, sem bater. Deitei essa mistura na sorveteira a trabalhar. Levou 30 minutos até eu ter um gelado sublime, chocolate e coco, é um casamento perfeito, pelo menos para mim. Este gelado feito com os chocolates Bounty, ficou divino, pois o coco do chocolate tem um textura húmida, o que não precisamos de hidratar o coco para fazer o gelado. Quando se está a saborear o gelado encontra-se na sua textura o coco que é qualquer coisa de outra dimensão. O sabor do chocolate com o coco é brutalíssimo, aplicando o termo do meu filho.

________Seja qual for o seu sonho, comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia._____


Goethe

quinta-feira, maio 16, 2013

A HISTÓRIA DO CAFÉ [PARTE 2]


                   (Imagem retirada da net)
Continuando com a «História do café». Vamos continuar com a parte 2.
O CAFÉ!
A planta do café pertence à família das rubiáceas e ao género Coffea. Subdivide-se em numerosas espécies, muitas das quais resultam das variações provocadas pelo homem nas diferentes condições ambientais em que as tem vindo a cultivar.

Trata-se de um arbusto pequeno, de folhas verdes, escuras e brilhantes, pequenas flores brancas e frutos que começam por ser verdes e que quando amadurecem e ficam prontos para a colheita, se tornam vermelhos. É essa a fonte da bebida que hoje se degusta sem problemas em qualquer parte do mundo. Neste livro, aproveitamos as excelentes propriedades do café para criar um vasto e interessante leque de receitas, onde os mais diversos ingredientes serão valorizados através da conjugação com esse verdadeiro elixir. Essas preparações são o prémio para o resultado de um cultivo esmerado a semente-mãe é escolhida e posta a germinar e, a seu tempo, o rebento dela resultante é plantada no terra onde irá crescer e onde, depois de muitos dias e noites de cuidados, dará os seus frutos.

Esses frutos, vermelhos, brilhantes e vistosos são os protagonistas da nossa história. Uma história real, de muitos trabalhadores apaixonados por uma terra, uma cultura e um arbusto que várias vezes ao ano lhes oferece, como símbolo de fraternidade, o pequeno fruto vermelho do café.

Foi o denominador comum que encontrei entre os protagonistas do mundo do café que me cativou e me fez escolher o título para este livro: Paixão pelo Café. Todos os que se envolvem na sua produção acabam por se apaixonar pelo trabalho que desenvolvem, pelas terras que cultivam e pelo café que produzem: desde o que planta o rebento nos dias apropriados, soalheiros e por vezes quentes, ao que colhe os grãos, com cuidado de só retirar dos arbustos os que já estão maduros, passando pelo que selecciona os grãos um a um, para lhes retirar a casca depois de os ter secado com todo o cuidado, lenta e suavemente, a fim de evitar que sequem de mais ou se queimem; e, no fim da cadeia, aqueles que o comercializam e o dão a provar.

O grão vermelho do café encontra-se coberto por uma película adocicada que, depois da colheita, se deve retirar sem demora. Fica então à vista a polpa, branca e gelatinosa, que também se deve extrair no primeiro processo (na Colômbia geralmente chamado «o benefício»). Depois, divide-se o grão ao meio e põe-se a secar ao sol ou em máquinas que imitam o seu calor. Seca-se assim, com carinho, o pequeno grão que representa o sustento diário de milhares de pessoas. Hoje em dia, tenta-se praticar uma cultura do café amigo do ambiente, pelo que os desperdícios obtidos ao longo do processo são utilizados para adubar as plantas em crescimento. Quando secas, as metades dos grãos de café são ensacadas e levadas para um local onde são calibradas. É também aí que se entregam todos os documentos de procedência que permitem traçar a sua história (aquilo a que se chama a trazabilidad). Em seguida, o café é levado para o laboratório onde se avalia, através de seis amostras, se todas as sementes têm a mesma qualidade e qual a percentagem de perdas devidas ao pergaminho. Depois, fazem-se «provas de chávenas», para se determinar o preço a oferecer ao cafeicultor. «É na chávena que se vê o cuidado do cafeicultor, a sua meticulosidade. É  essa prova que nos permite saber se o café ocupa o primeiro lugar na vida de quem o produziu. Através da chávena podemos descrever as pessoas»* afirma Juan Carlos Alarcón, da Cooperativa de Cafeicultores de Chinchiná, Caldas (Colômbia). « A prova de chávena permite-nos saber se houve erros a nível da colheita, da extracção da polpa, da passagem pelos tanques, da secagem, da torrefacção, etc», acrescenta Juan Alarcón. Sandra Quiñones, jurada internacional em «provas de chávenas» diz: «Para um café ser considerado excelente, as suas qualidades não devem variar à medida que arrefece; a fragrância e o aroma sentem-se desde a moagem e reafirmam-se na boca...»

* Entrevista realizada pela autora.

A casca que se extrai dos grãos depois de secos, ou pergaminho, é usado como fonte de energia para os queimadores das plantas.

Aqui termina, em parte, o processo de produção de café característico de muitos países da América Latina. Assim se obtém o grão de Café Pergaminho, como é chamado na Colômbia, ou do Café Ouro, como é conhecido no Panamá. Depois, é levado para terras onde possivelmente nunca se viu um cafezal; para sítios longínquos, desconhecidos para a maioria das pessoas que deram vida à planta, que acompanharam o seu crescimento e nos entregaram o produto, carregado de história e amor, para que possamos usufruir do melhor que a terra nos dá.

Nas próximas páginas partilharei com o leitor pequenas histórias que recolhi junto de pessoas que dedicam o seu dia-a-dia a trabalhar para que possamos ter, todas as manhãs, uma chávena de café quente nas mãos.

Um começo humilde para uma grande travessia...

António, reformou-se há alguns anos, mas mantém a sua robustez, os ombros bem direitos e, sobretudo, a sua paixão pela terra e pelo café: « Sou de Aguadas, nas Caldas. Foi um tio meu que me trouxe para aqui. Tinha 18 anos e era analfabeto. Só aos 22 anos aprendi a escrever o meu nome, com uma professora que me dava aulas à noite.» Hoje em dia, este homem é o administrador de uma magnífica plantação de café da Colômbia. Começou por colher o café de canastra à cintura, e carregar e descarregar mulas. O tio, que o tinha a seu cargo, acabou por partir, deixando-o sozinho na propriedade, com os novos donos. Estes viam-no pouco, mas sabiam que ele trabalhava sem descanso e aprendia com facilidade. Casou-se e teve três filhos, que desde cedo se envolveram no trabalho do pai. Ainda antes de atingirem os dez anos de idade. António, que entretanto passara a chefiar a plantação, ensinou-os a conduzir o tractor que costumava usar e deu-lhes a conhecer tudo o que sabia sobre café. «Quando tinham oito ou nove anos, já os levava comigo: carregava um tractor com lenha e saía. Às vezes, encontrava o patrão, que me perguntava se eles tinham autorização. Aparecia quando eu menos esperava: não sei como, mas nessas alturas aparecia sempre. Para mim era um susto, porque sempre que me encontrava, zangava-se comigo. Mas, graças a Deus, nunca tivemos nenhum acidente.» Gosta daquela terra, do campo, das Caldas. Estuda-a cuidadosamente e planifica as sementeiras e os cortes em função dos movimentos da Lua. Cultiva com base nos conhecimentos que foi adquirindo sobre a natureza, e diz ser essa a razão de os seus cafezais não terem grandes formigueiros nem serem afectados por pragas. As suas terras têm todo o tipo de plantas: bananeiras, laranjeiras, tangerineiras, limoeiros e goiabeiras do Peru, mas também feijoeiros e tubérculos como a batata e a mandioca. Planta-as por gosto, mas também por saber que constituem um bom complemento na alimentação dos trabalhadores, que assim dispõem de frutos para prepararem sumos refrescantes com que recuperam do árduo dia de trabalho, e vários outros produtos que lhe permitem equilibrar a sua dieta. Os trabalhadores que estão encarregados de observar o aparecimento de pragas e doenças nos pés de café vivem no meio das plantações, em casas brancas com portas vermelhas, cheias de flores, e com cozinhas impecáveis. Os que se ocupam da colheita trabalham de segunda a sexta-feira e durante o fim-de-semana vão até à cidade para estarem com as famílias ou, simplesmente, para descansarem e se divertirem.

António contou-me tudo isto ao longo de um passeio pela propriedade. Ao chegarmos perto da escola, falou-me da vida dos filhos: «Quando chegou a altura de mandar o mais velho para a tropa, a minha mulher fartou-se de chorar, mas eu, por dentro, estava e feliz e pensava: "que mo levem rapaz e mo devolvam homem e lhe ensinem a não ser cobarde".» Falou com felicidade dos seus dois filhos mais velhos, mas quando chegou ao último, baixou a voz para me contar que um acidente de mota lhe tinha roubado a vida «há apenas alguns meses». Eu estava com a minha filha Isabella, que foi ajudar-me a tirar fotografias, e senti uma dor no fundo do coração. Como que por milagre, o telemóvel do senhor António tocou naquele preciso momento. Julgo que foi a primeira vez que aquele pequeno aparelho intrometido tocou no momento certo, resgatando a alegria que de repente se perdera. Estavam a ligar-lhe para lhe pedirem qualquer coisa. Conta-me então que, antes quase não tinha solicitações, pois não conseguiam encontrá-lo no meio de todos aqueles arbustos, mas agora vêem-no passar de carro, ao longe, e telefonam-lhe logo, para lhe pedirem boleia ou outro qualquer favor. Nota-se que adora ser prestável. Com um enorme sorriso, responde ao interlocutor que está do outro lado do telefone que não tardará a passar por lá. Trata-se de um homem que vem com o seu filho de três anos. Continuamos o passeio juntos, enquanto conversamos e tiramos fotografias aos cafezais. Ao cair da noite, António chega à conclusão de que, com os seus sessenta e tantos anos, continua de boa saúde, porque vive naquelas terras de café: «Venho para aqui às cinco e meia da manhã. Saio de casa e ponho-me a andar. Os dias e as semanas passam a correr, nem os sinto. Não tenho sequer vontade de ir para casa. Para mim, esta terra é tudo o que existe.»
 Continua...

quarta-feira, maio 15, 2013

LOMBO DE PORCO RECHEADO COM BACON E TOMILHO







Tinha um lombo de porco, resolvi rechea-lo. Primeiro dei um corte (estilo um livro aberto). Depois voltei a dar outro corte (abrir cada parte da carne, a direita e esquerda, como se fosse um livro aberto. A carne ficou com a espessura de um dedo. Polvilhei toda a carne com tomilho fresco esfarelado e alho picado. Cobri a mesma com as fatias de bacon (com pouca gordura). Enrolei a carne como se fosse uma torta, e com um cordel apertei a mesma para segurar o recheio. Coloquei rodelas grossas de 2 boas cebolas num tabuleiro. Coloquei a carne por cima e reguei com mais ou menos 60 ml de azeite, e só. Levei ao forno pré-aquecido a 180ºC, até assar e alourar. Servi com batatas recheadas, a receita do Jamie Oliver. Que neste caso foi com bacon e tomilho.

Notas: Não, não esqueci o sal. Só que para mim o sal do bacon com o sabor do tomilho é mais que suficiente. Mas cada um faz como preferir, ok?

Batatas recheadas:

Pré-aqueça o forno a 200º C, enfie a ponta de um descaroçador de maçã ou ananás, ou de um descascador convencional, na batata e rode-o à medida que entra, como se estivesse a descaroçar uma maçã-essencialmente, quer tirar um tubo de dentro da batata. Reserve o núcleo, pois vai usá-lo como tampa. Pique as batatas algumas vezes com um garfo e passe-as por azeite e sal.

Prepare o recheio de cada batata: uma fatia de presunto, polvilhei com tomilho fresco esfarelado  e uma fatia de alho. Rale um pouco de casca de limão e use-a para polvilhar. Dobre e enrole o recheio de forma a parecer-se com uma salsicha e coloque-o dentro de cada batata. Não se preocupe se houver pedaços a sair de cada ponta.


______As oportunidades são únicas____

Já ancorado na Antárctica, ouvi ruídos que pareciam de fritura. Pensei: Será que até aqui existem chineses fritando pastéis?
Eram cristais de água doce congelada que faziam aquele som quando entravam em contacto com a água salgada. O efeito visual era belíssimo. Pensei em fotografar, mas falei pra mim mesmo - Calma, você terá muito tempo para isso... Nos 637 dias que seguiram o fenómeno não se repetiu. As oportunidades são únicas.

Amyr Klink

terça-feira, maio 14, 2013

GELADOS PARA A FAMÍLIA

Mais um livro que me chegou às mãos: Gelados, ok, sou mesmo surtada por tal iguaria. Livros, sou igualmente surtada. Só que cada vez é mais difícil eu dar um tempo (encarnações) que preciso para fazer as receitas todas dos meus livros. Mas claro, cheirei o livro (sim, eu sei, sou doida, mas tenho uma grande "panca" de cheirar todos os livros que passem pelas minhas mãos) e deliciei-me visualmente, e a ler as receitas. Claro que na introdução não li nada que já não soubesse, mas mesmo assim gosto de ler e, partilhar.

Introdução:

Os melhores gelados são, na verdade, meras combinações de alguns ingredientes essenciais: natas, leite, ovos e açúcar, misturados com sabores deliciosos, como fruta fresca, chocolate de boa qualidade e frutos secos. Além disso, os gelados feitos em casa com estes ingredientes simples ultrapassam de longe qualquer gelado de compra em termos de qualidade. Antigamente, os gelados de coinfecção caseira implicavam o uso de uma sorveteira enorme, acionada manualmente por uma manivela que requeria uma grande quantidade de gelo triturado e sal-gema. Felizmente, as máquinas elétricas atuais simplificaram como este processo e em poucos minutos, poderá confecionar gelados, gelati ou sorvetes deliciosos.

Dê uma vista de olhos nas receitas para encontrar os seus sabores preferidos e para ter novas ideias. Os apontamentos adicionais que acompanham as receitas, além da secção de informações básicas, dar-lhe-ão a saber tudo o que precisa para preparar os gelados mais deliciosos que alguma vez provou. Depois de ter experimentado alguns dos sabores destas receitas irá aperceber-se de que os gelados caseiros são, sem dúvida, melhores que todos os outros!

segunda-feira, maio 13, 2013

MADALENAS DE AMÊNDOA

Mais uma receita deste livro. Que é brutalíssima, comentário do meu provador oficial (filho).

Ingredientes: 16 madalenas
-140 g de manteiga
-3 ovos
-1 gema
-1 c. de chá de essência de baunilha (usei esta)
-140 g de açúcar branco refinado
- 140 g de farinha (usei 115 g)
-25 g de miolo de amêndoa (moída)
-1 c. de chá de fermento em pó
Aquecer o forno a 190ºC. Untei as formas com manteiga. Reservei. Derreti a manteiga em banho-maria e a seguir deixei arrefecer. Bati os ovos, a gema, a essência de baunilha (....) e o açúcar numa tigela grande até ficar claro e espesso. Juntei a farinha e o fermento peneirados e a amêndoa e envolvi muito bem, depois juntei a manteiga derretida e arrefecida, envolvi muito bem. Deitei a massa nas formas. Levei ao forno pré-aquecido durante 15 minutos. O teste do palito é infalível. Cobri com chocolate de leite que fiz assim: Derreti 200g de chocolate de leite (usei Cacao Sampaka) em banho maria. Quando derretido com uma colher de sobremesa cobri e espalhei o chocolate rusticamente, não quiz que ficasse lisinho, mas já sabem decorem ao vosso gosto.

Notas: Se preferirem as madalenas simples não colocam as 25 g de amêndoa e em vez de 115g de farinha utilizam 140 g, ok? O chocolate (cobertura) usem o que preferirem, ou nem usem. Fica ao vosso gosto, ok?

♥♥♥♥E quando pensa em realizar seu sonho?, perguntou o mestre a seu discípulo. "Quando tiver a oportunidade de fazê-lo", respondeu este. O mestre lhe disse: "A oportunidade nunca chega. A oportunidade já está aqui".♥♥♥♥

Anthony de Mello

sábado, maio 11, 2013

A HISTÓRIA DO CAFÉ [PARTE 1]


                          (Imagem retirada na net)
Estava eu a fazer uma receita do meu livro «Paixão pelo Café» quando me recordei, no dia que comprei o livro, antes de fazer qualquer receita li a Introdução que é «A história do café», gostei e muito, então passado este tempo pensei em partilhar com os meus seguidores. Vou partilhar em 3 faces, pois é bastante extenso, não quero maçar. Quem gostar, óptimo, quem não interessar, já sabem, mandam para canto, ok?

A história do café começa com uma lenda curiosa, que situa a sua descoberta na Abissínia, a actual Etiópia. A palavra café deriva da cidade abissínia de Kaffa, onde teve a sua origem. Lendas do Médio Oriente falam de uma bebida escura que inspira amor e lealdade, cura doenças, revigora as forças e permite longas noites de oração e meditação.
 
Um dos mitos sobre o início do consumo humano deste grão conta que o pastor chamado Kaldi, cansado e com um rebanho esfomeado, deixou as suas cabras saciarem-se do fruto vermelho de uns arbustos silvestres parecidos com o loureiro, hoje conhecidos como «café Arábica». Inquieto com a alteração de comportamento do rebanho, que pouco tempo depois de consumirem as bagas dava mostras de aguentar o sol escaldante sem sentir o mínimo cansaço, decidiu provar também aquela planta mágica. Foi dessa forma que descobriu o poder enérgico daquelas bagas, que surtiram nele um efeito tão poderoso como no rebanho.

O mesmo aconteceu a um certo monge que, no caminho para o convento, colheu alguns desses frutos e os secou para os poder transportar mais facilmente para o convento. Aí, ofereceu-os como uma pequena ajuda para as orações nocturnas. Começou assim a difundir-se o consumo desta bebida nos mosteiros da zona e, ao mesmo tempo, nas mesquitas e áreas muçulmanas onde o consumo de álcool não era permitido.
 
Em determinada altura, o café em grão viajou da Etiópia para a Península Arábida do lémen, onde começou a ser cultivado. Foi aí que a variedade de café Arábica adquiriu o seu nome. O café foi exportado pela primeira vez de Moca, um dos portos deste país árabe cujo costa se encontra na confluência do mar Vermelho com o golfo de Áden. No século XVI foi levado para a Turquia e para o resto do Império Otomano. Ali se começou a cozinhar ou a torrar em fogueiras, onde adquiriu um aroma e cor maravilhosos, que se espalharam pelos ares das terras muçulmanas, transportando segredos de saúde, força e virilidade. Nessa altura, já se bebia um café semelhante ao que se consome hoje a nível mundial. Dali continuou a sua expansão até à Pérsia, ao Egipto e à Síria.
  
No século XVI, o café atravessou as terras do Médio Oriente em direcção a norte e chegou à Europa através dos comerciantes venezianos. A elite europeia recebeu o grão de café torrado, que não se podia cultivar, como um presente digno da realeza. Inicialmente, tentou-se guardar o mistério desse grão, quase sagrado, como sinal de superioridade e força, já que as suas propriedades curativas se tornaram muito atraentes para as altas esferas políticas e religiosas da Europa. Com o apoio da Igreja Católica e, mais tarde, com a bênção do papa Clemente VIII, a bebida difundiu-se rapidamente no continente europeu, mas devido ao seu preço elevado, o seu consumo começou por estar limitado às esferas abastadas e poderosas, que incluíram estudiosos, artistas, intelectuais e eruditos. Em finais do século XVII impõe-se por toda a Europa a moda das «cafetarias» ou «cafés» e, dessa forma, o café adquiriu uma cotação de bom serviço e de boas vindas.
  
Atribui-se aos Holandeses o cultivo do café e a introdução da planta nas suas colónias asiáticas do Ceilão e da Indonésia. A França e a Inglaterra terão feito o mesmo nas suas colónias. Diz-se que foi através das suas plantações em Java que os Holandeses introduziram a cultura do café nas suas colónias das Caraíbas, de onde passou para o Brasil e dali para a Venezuela e para a Colômbia.
  
Também está escrito que um capitão da infantaria francesa transportou num navio quinze pés de café dos quais só um sobreviveu ao acidentado trajecto. Nessa pequena planta poderá ter origem todo o café hoje cultivado na América do Sul e Central: em mais ou menos trinta anos, a família do pé de café original terá passado da Martinica para a República Dominicana e depois para Porto Rico, transformando-se numa das principais culturas da América Central.
  
Segundo *José Chalarca «para alguns, as primeiras sementes ou plantas entraram pelo oriente em territórios dos departamentos do Norte de Santander e Santander, vindos da Venezuela; para outros, o cafezeiro chegou pela região de Urubá, vindo da América Central. A versão mais autorizadas sobre a plantação das primeiras sementes de café em território colombiano é a de jesuíta espanhol José Gumilla, que na sua obra El Orinoco Ilustrado consigna o cultivo da planta na missão de Santa Teresa de Tabage, fundada pela companhia na desembocadura do rio Meta, no Orinoco, por volta de 1730». Segundo os especialistas, os jesuítas levaram, sem demora, as sementes do café para Popayán e em 1736 começaram a semeá-las num seminário existente naquela cidade.

«São muitas as notícias do cultivo do café em diferentes regiões do país durante o século XVIII; o vice-rei Caballero y Góngora, em carta de 1987, afirma que o café se produz bem em todas as regiões de Girón (Santander) e Muzo (Boyacá), mas a cultura industrial da planta só se iniciou por volta da terceira década do século XIX, já que a primeira exportação registada com a cifra de 2592 sacos de 60 kg data do ano de 1835. Também é certo que nessas culturas comerciais se realizaram primeiro no Leste do país, na região que hoje ocuparam os Santanderes», escreve Chalarca.

(*José Chalarca, Vida y hechos del café em Colombia, Bogotó, Presencia Editores, 1998.)

Uma história de amor levou o café da Guiana Francesa para o Brasil. O coronel português Francisco de Melo Palheta foi enviado à Guiana para resolver uma disputa fronteiriça entre ambos os países, mas acabou por envolver-se sentimentalmente com uma mulher. No momento da partida, ela ofereceu-lhe um ramo de flores que escondia sementes férteis da planta do café. Assim, terá nascido a indústria brasileira do café. A planta adaptou-se muito bem às condições locais: em 1938, o Brasil já tinha um superavit de café tão considerável que o governo pediu à companhia Nestlé para o ajudar a conservar os excedentes. A companhia suíça criou o processo de secagem por congelação, dando assim origem ao Nescafé. Antes disso, em 1901, um cientista de Chicago, um americano de ascendência japonesa chamado Satori Kato, criara o primeiro café-solúvel instantâneo.

No dia 16 de Março de 1780, o café entrava pela primeira vez no Paraná. A quantidade importada de Cartagena, na Colômbia, foi cerca de vinte e cinco libras, provalmente em semente. O primeiro registo de um cafezeiro no Panamá data de 1790, na herdade de D. Pedro de Ayarza no porto caribenho de Portobello. Em 1822, abriu a primeira loja de café no Paraná e pouco depois, em 1836, ocorreu a primeira exportação de oito quintais provenientes de Chiriquí. Já em finais do século dá-se início à cafeicultura na zona chiricana, onde em 1882, se colheram dois mil quintais de café, numa extensão de trezentos e oitenta hectares. No Panamá, o café passou por épocas difíceis, por se tratar de um território pequeno. O país teve de intruduzir alterações na cultura e concentrar-se no mercado de café especiais, cafés excepcionais e cafés biológicos.

A história do café na Costa Rica remonta aos finais do século XVIII. Segundo conta numa carta enviada por um comerciante panamiano, Agustín de Gana enviou duas libras de café ao governador do país, D. José Vásquez y Téllez. O primeiro a praticar a cultura do café terá sido o padre Feliz Velarde. Sabe-se que a planta florescia no seu solar em 1816, e que envolveu de tal forma os vizinhos nessa cultura que em 1820 fez a sua primeira exportação de um quintal de café para o Panamá. Em 1832, o comerciante alemão Jorge Steipel exportou café da Costa Rica para o Chile, onde o produto foi reembalado e vendido para Inglaterra com o nome de «café chileno de Valparaíso». Mariano Montealegre, um produtor visionário e impulsionador do cultivo entre 1830 e 1840, exportou para Inglaterra, pela primeira vez, em 1843, cinco mil e cinco sacos com cem libras de café.

Desde 1989, que só as variedades arábicas podem ser semeadas na Costa Rica. Actualmente, semeiam-se e colhem-se à mão mais de cem mil hectares de café, que produzem cerca de dois milhões e meio de sacos de sessenta quilos  por ano.

Desde o início que o café foi considerado uma bebida estimulante, que além de fornecer energia e vitalidade, ajudava a ultrapassar certas doenças, a encarar a vida numa perspectiva mais optimista e a adquirir um nível intelectual e criativo mais elevado. A ele se assacou também alguma responsabilidade na particular sensibilidade e virilidade atribuída aos habitantes do Médio Oriente. No entanto, e em conformidade com a ideia de que tudo o que é bom tem um lado mau, o café nos tempos de Constantinopla também foi alvo de reacções negativas e chegou a ser proibido, tanto pelas leis islâmicas como católicas. Tentou-se eliminar o seu consumo, escondendo o pequeno grão de café, oferta sagrada que emerge da terra de forma selvagem, seja em condições rigorosas, de grande aridez, seja em climas tropicais. Contudo, a perseverança dos homens superou a força de quem tentou impedir a sua divulgação, e permitiu conservar essa bebida deliciosa, natural e reconfortante, que nos ajuda a começar o dia e que proporciona ao trabalhador nocturno a mesma energia que sentiram as cabras do rebanho etíope que o provaram pela primeira vez.

Continua...

sexta-feira, maio 10, 2013

DOBRADA COM GRÃO




Dobrada (tripas) adoro, a filha idem, o filho nem tocar, quanto mais comer...Quando faço dobrada (tripas), lembro-me sempre que em criança, como não sabia o nome da mesma, pedia à minha saudosa mãe:- Mãe, quero a carne dos piquinhos. :) ah pois, a Isabel não era parva, não sabia o nome, mas sabia dizer bem o que queria. Bem neste dia resolvi fazer, apesar de já ter no blogue, mas sai de novo. O que é bom nunca é demais (re)lembrar.

Lavei muito bem a dobrada (tripas) com vinagre de vinho branco. (Estilo, "quase" como se lava a roupa à mão.) Depois deixei uma meia hora demolhada em água e vinagre. Ao fim desse tempo passei a dobrada (tripas) por várias águas limpas e levei a cozer na panela de pressão com água e sal. Quando cozida, reservei um pouco da água da cozedura e cortei a dobrada (tripas) em bocados. Num tacho coloquei uma cebola picada, ½ chouriço de carne cortado às rodelas, 1 folha de louro e reguei com azeite. Levei ao lume até a cebola murchar, ficar translúcida. Nessa altura juntei uma colher de sopa de massa de pimentão, e envolvi muito bem. Juntei a dobrada (tripas) e juntei um pouco da água da cozedura da mesma. Deixei cozinhar um pouco em lume brando, só para os sabores se misturarem. Juntei o grão cozido, temperei com pimenta cayenne moída e deixei harmonizar sabores sempre em lume brando. Assim ouvi a filha a dizer: Mãe, está delicioso...

Nota: Não temperei com sal, pois o sal da massa de pimentão, e o sal da água de cozer a dobrada é mais que suficiente para mim. Mas, já sabem cada qual sabe o seu gosto,ok?

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______Algumas pessoas se destacam para nós.(…) Não importa quando as encontramos no nosso caminho. Parece que estão na nossa vida desde sempre e que mesmo depois dela permanecerão connosco. É tão rico compartilhar a jornada com elas que nos surpreende lembrar de que houve um tempo em que ainda não sabíamos que existiam. É até possível que tenhamos sentido saudade mesmo antes de conhecê-las. O que sentimos vibra além dos papéis, das afinidades, da roupa de gente que usam. Transcende a forma. Remete à essência. Toca o que a gente não vê. O que não passa. O que é.____

Ana Jácomo

quarta-feira, maio 08, 2013

BOLO DE LIMÃO


Este bolo  saltou daqui. Um bolo muito húmido e com um sabor muito acentuado de limão. É um bolo muito agradável. A minha filha sendo uma apaixonada pelo sabor de limão,  adorou! O meu provador oficial (filho) não deu a sua nota, pois este bolo foi feito em Setembro e ele não se encontrava em Portugal. Vamos à receita:

Ingredientes:
-2 ovos
-1 e 1/2 xícara (chá) de açúcar
-200 g de iogurte natural integral (usei iogurte natural normal)
-1/4 de xícara (chá) de suco de limão
-1/4 de xícara (chá) de leite
-2 xícaras (chá) de farinha de trigo
-1 colher (sopa) de fermento em pó
-margarina e farinha de trigo para untar e polvilhar (usei manteiga)
Calda:
-1/2 xícara (chá) de suco de limão
-1 xícara (chá) de açúcar

Bata na batedeira os ovos, o açúcar e o iogurte até ficar cremoso. Adicione o suco de limão, o leite, a farinha e bata até ficar homogéneo. Misture o fermento com uma colher e transfira para uma forma de 25 cm x 35 cm untada e enfarinhada e leve ao forno médio, pré-aquecido, por 30 minutos ou até enfiar um palito, ele saia limpo. Para a calda, em uma panela, leve ao fogo médio o suco de limão e o açúcar até formar uma calda, cubra o bolo ainda quente, espere esfriar para cortar e servir.

_____O tempo é muito lento para os que esperam

Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno._____

William Shakespeare

segunda-feira, maio 06, 2013

CABRITO COM FEIJÃO BRANCO





Tinha comprado metade de um cabrito aqui. Não utilizei o cachaço e as costeletas, resolvi reservar, para fazer uma feijoada. Num tacho coloquei uma cebola picada, uma folha de louro e reguei com azeite. Levei ao lume até a cebola ficar translúcida, nessa altura juntei 2 colheres de sopa de massa de pimentão, envolvi muito bem e juntei o cabrito. Sempre em lume brando deixei cozinhar o cabrito. Quando necessário ia juntando golinhos de água. Quando o cabrito estava cozinhado (o que foi rápido) juntei feijão branco, um molho de hortelã, e rectifiquei o sal. (Em causa estava o sal da massa de pimentão) temperei com pimenta cayenna, e assim ficou uma excelente feijoada.

_____Não fique triste quando ninguém notar o que fez de bom. Afinal...
O sol faz um enorme espetáculo ao nascer, e mesmo assim, a maioria de nós continua dormindo._____

Charles Chaplin