Hum, devem estar a ler e a pensar!?!?!? A Isabel "surtou"! A falar já de Natal!?!? Mas, se pensarmos bem, falta menos de três meses, e daqui lá é um saltinho. Há dias (dia 25) estava a falar com a filha, e vi o dia que estávamos e disse:-Bolas, de hoje a três meses é o Natal, o tempo passa mesmo a correr... Será impressão (não é) minha, ou há uns longos anos atrás das férias, ao Natal levava um tempinho, hoje é "vapt-vupt" daqui a pouco é estar com os preparativos do Natal, a quadra que eu sempre AMEI, desde criança, andar às voltas na casa a abrir tudo, que era portas, a subir bancos/cadeiras para espreitar tudo o que ficava no alto, para ver, se descobria onde os presentes (brinquedos) estavam escondidos, pois a minha saudosa mãe, ia comprando e escondendo, pois três filhos à procura era obra :).
Mas, um Santo dia quando a minha mãe foi às compras, a Isabelita subiu o cadeirão da sala de jantar, como a mobília era estilo clássico Holandês as cadeiras e cadeirões os assentos eram em cabedal grosso com as suas taxas douradas, e catrapúm, enfiei lá um pé e perna e mais houvesse :) menina bem comportada, retirei de lá o que me pertencia, (perna e pé) e coloquei no devido sitio o cadeirão (com o buraco), podia ser que ninguém desse por isso (santa ignorância/ingenuidade). Quando a minha mãe chega das compras trazia daquelas maçãs riscadinhas que eram uma delícia e deixavam um aroma pela casa, de outra dimensão, a minha mãe colocava sempre algumas na sala de jantar por causa do seu aroma divino. Bem, fui logo descoberta, quando ouvi um:-Belinhaaaaa, assim muito alto, pois, só podia ser eu, os meus irmãos estavam na escola, só podia ser euzinha, que fiz a asneira, lá comecei eu com as desculpas, mas, estava tudo tão explícito, que a minha mãe viu logo, o que se passava. Só disse:- Logo quero ver o que o teu pai vai dizer do estrago. Ok, o meu pai não ralhou, e compreendeu até sorriu. O meu pai só trazia o presente (maior) na véspera para casa, pois ele comprava-os na Kermesse de Paris que havia no Rossio (a Kermesse de Paris era a cereja no topo do bolo, para quem era criança).
Adorava o Natal, quando a minha mãe ia comprar o pinheiro (verdadeiro) naquele tempo era TUDO verdadeiro e nada de ambientalistas (artificiais) ;), o meu irmão ia apanhar musgo para o Presépio, o Natal era mágico, lembro-me que a minha mãe comprava sempre azevinho, para enfeitar a casa (jarras), depois era chegar à véspera e os cheiros que vinham da cozinha, que emanavam a casa, eu a ajudar a minha mãe, que feliz, eu ficava. Hoje, já é uma quadra, que sinto mais triste, pois falta na minha mesa duas das pessoas mais importantes da minha vida: os meus pais. Mas, tenho a minha fortuna (filhos) e por eles faço tudo, espero que quando eles se lembrem de me presentearem com netos, o Natal volte a ser mágico. Bem, mais uma estória minha, sou mesmo uma Mulher com muitas... :) mas, também sou uma Mulher que fui, sou e serei sempre ligada a tudo o que ficou/fica/ficará agarrado na minha essência. Mas, isto tudo para quê? Pois, eu sei! Estava eu a ler as receitas nos rascunhos, e descobri lá estes fritos de cenoura, que fiz o Ano passado, fritos de cenoura, nunca podem faltar, pois o filho adora. Quem quiser que a casa fique a cheirar a Natal como eu sempre disse, pode fazer, pois são brutais como o meu provador oficial (filho) disse.
No
Natal nunca pode faltar
fritos de cenoura, pois são os preferidos do filho, agora já nem faço de abóbora. Mas, também faço fora da época festiva, quando tenho vontade que a casa fique com o cheiro a
"Natal". Estes pastéis retirei do meu livro
"Tesouro da Cozinha Regional Portuguesa" de Maria Odete Cortes Valente. Estes fritos são da zona de
Póvoa de Varzim.
Ingredientes:
-1,250 kg de cenouras
-1 limão
-200 g de farinha
-1 colher de chá de fermento em pó
-50 g de açúcar
-1 ovo
-açúcar e canela para polvilhar
-óleo para fritar
Cozem-se as cenouras em água com umas pedrinhas de sal. Escorrem-se num passador de rede e passam-se pelo passe-vite. Mistura-se a casca do limão ralada, o açúcar, o ovo previamente batido e, por fim a farinha com o fermento, envolvendo bem. Com duas colheres formam-se os pastéis, que se fritam em óleo quente. Depois de fritos colocam-se sobre papel absorvente. Polvilham-se com açúcar e canela.
_______Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar._________
(Bertrand Russell)