(Imagem retirada da net)
Hoje, faz 6 anos da tua partida. Faz 6 anos de grandes certezas, pois hoje já posso dizer: Mentira, o tempo, esse tempo que sempre disseram que apaga tudo, é mentira, não apaga a dor, e essa tenho gravada na minha essência. O tempo, faz esquecer realmente o que não teve importância na minha vida, agora tu pai, não, não esqueço e digo: continua a doer as saudades, eu sempre disse: só as pudemos ter do que foi bom na nossa vida. Ter os pais que tive, mesmo com todos os defeitos que pertence ao ser humano, não foi bom, foi sublime. Dizem que só sentimos falta quando não temos, isso é verdade, mas também acho uma
"palermice" como é que eu podia sentir falta se te tinha!?!? Também dizem, que só damos valor quando perdemos (pessoas/coisas), pode ser verdade, mas eu apesar da minha
"rabugice", sim, admito, discordávamos por vezes, mas tu também sabias que eu nisso era parecida contigo. Tinha/tenho que espalhar-me, mas deixem-me ver por mim, deixem-me errar por mim, deixem-me, não quero nem nunca quis ficar com duvidas (se)...Tu eras igual, por isso, por vezes discordávamos, mas pai, eu
AMAVA-TE/AMO mais do que podia imaginar alguma vez na minha vida.
Pai, hoje fico por aqui, até àquele dia que te vou abraçar de novo...
Meu Pai
Gosto de rever
a imagem forte do meu pai,
tremendo o assoalho
ao caminhar.
É doce me lembrar
como se temia
quando ele perdia
a abotoadura,
o guarda-chuva,
a chave de fenda!
Hoje é lenda,
a figura enigmática,
a disciplina dura,
a rotina sistemática.
O pai não morre,
ele corre na frente
pra levantar o segredo do véu
e guardar pra gente
o lugar mais estrelado do céu.
(Ivone Boechat)